Professores Canela da aldeia Escalvado denunciaram segunda feira passada que diante dos surtos de hepatite e de gripe 19 indígenas faleceram em poucos meses. Entre elas 5 crianças. Eles afirmaram que há uma clara negligência da SESAI. A situação não é nova, mas apenas na última semana a equipe se deslocou para a aldeia. Segundo os professores, antes havia apenas técnicos de enfermagem no posto de saúde, sem medicamentos e sem médicos. Todos os professores ficaram indignados quando leram a parte do texto da nota técnica relativa ao surto em que diz que "nessa etnia a cultura tradicional ainda é preservada e seus costumes em alguns casos chocam com as metodologias da medicina moderna". Eles deixaram claro que a SESAI/DSEI/Pólo Base/Posto de saúde nunca se interessou em conhecer, se aproximar e dialogar com a dinâmica da sociedade Canela e muito menos trocar conhecimentos, inserindo os pajés nos trabalhos de saúde. Também reclamaram que não existe saúde preventiva, apenas aplicação de remédios (quando tem, o que é raro). E ainda fizeram um apontamento chocante: o de que os técnicos de enfermagem não se deslocam para aplicar medicação à casa dos doentes, que precisam andar longas distâncias (com gripe aguda, sem respirar mesmo) até o posto de saúde de duas a três vezes por dia para serem tratados. Eles concluem que a SESAI só está em campo com uma equipe multidisciplinar por causa do excesso de mortes, que poderiam ter sido evitadas antes. Mais de 300 Canela têm sintomas de coqueluche e ‘influenza’. O surto, além de Escalvado, já espalhou pela aldeia de Porquinho. A procuradoria da República está ciente da gravidade e aguarda-se algumas medidas para evitar o pior!
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