Em Santa Marta, onde mora o Papa Francisco, alguns detalhes aparentemente insignificantes destes últimos dias não escaparam e ajudaram a medir o homem. Como, por exemplo, o fato de que Sergio Mattarella vai à missa todos os domingos, é alérgico às escoltas, circula geralmente em um carro popular, não ostenta o poder e é apegado aos filhos e aos netos em uma dimensão familiar muito tradicional. Em suma, tudo em consonância com o estilo tão apreciado pelo pontífice. Não é pouca coisa, considerando que, em perspectiva, isso está destinado a marcar um percurso comum, a ser construído com base em semelhanças. Bergoglio e Mattarella vão se entender. No Vaticano, a esse respeito, não há dúvidas. As afinidades eletivas não são difíceis de se identificar.Tanto Mattarella quanto Bergoglio apoiam uma ideia de laicidade capaz de favorecer a pacífica convivência entre as muitas realidades presentes, as confissões, as culturas.Para Francisco, a laicidade do Estado respeita e "valoriza a presença do fator religioso, favorecendo as suas expressões concretas". Em suma, nenhuma ingerência, mas respeito mútuo, uma separação bem definida, com papéis não que não devem se sobrepor, embora se encerrem dentro de um marco solidário pelo bem do país. Mattarella é o sucessor natural de Napolitano, ambos expoentes de uma classe política que, funestada pelos eventos do Tangentopoli [sistema de corrupção política dos anos 1990], foi capaz de expressar estadistas e homens das instituições de cujo estilo e de cujos valores, muitas vezes, nas últimas décadas, sentiu-se a falta." Como que dizendo que Mattarella está a anos-luz de distância do berlusconismo.(Fonte: IHU)
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