Vários indígenas que foram candidatos nas eleições municipais de domingo 2 acabaram se elegendo. Alguns já têm noção de que o seu poder de influência na sua realidade específica é bem limitado. Outros ainda alimentam o sonho que poderão arrancar, através do seu mandato, alguns benefícios para a sua comunidade.Independentemente de tudo isso não cabe dúvida de que é positiva a presença indígena na eleição e na participação de representantes próprios nas câmaras de vereadores. Afinal, é uma prova concreta de que não são cidadãos periféricos ou administrados exclusivamente por algumas esferas federais, mas são cidadãos inseridos plenamente em uma unidade municipal, que vivem e atuam no território local. Não temos ainda um quadro completo em nível nacional da totalidade de indígenas eleitos, mas em Grajaú o indígena Guajajara Arão foi o quarto mais votado e o indígena Guajajara Marcolino também se elegeu com folga em Arame. Naturalmente o voto indígena em muitos municípios brasileiros se torna o fiel da balança. Aqueles candidatos que desconsideram esses dados se dão mal. Cabe agora não somente aos eleitos, mas às comunidades indígenas exigir respeito aos seus direitos mais elementares esperando que qualquer reivindicação dirigida ao executivo local não encontre a mesma frieza e desprezo de sempre, ou a justificativa de que tudo cabe à União, e não a ele!
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