Jesus faz implodir a prática dos falsos religiosos que acham que os humanos devem servir a Deus. Deus não precisa ser servido mediante cultos e celebrações. Na última ceia Jesus nos ensina que Deus se faz escravo para que os humanos possam se sentir livres. Livres de ambições e acumulações para servir outros humanos. Não é o serviço em si, só por servir, mas servir para resgatar pessoas que perderam a liberdade, a paz, a esperança. Pedro entendeu muito bem o gesto surpreendente de Jesus. Ele se recusa a aceitar que Jesus lhe lave os pés, pois ele mesmo teria que fazer o mesmo com outras pessoas. E isto incomoda. Então ele pede a ‘purificação de todo o corpo’, um rito de limpeza litúrgica, como pretexto para não servir. Mas Jesus deixa claro que por estar com Ele e acolher a Sua palavra já está purificado. O que realmente faz sentido na sua vida é a capacidade de acolher o outro, e de estar ao seu lado.
João descreve que Jesus após o lava-pés não tira a toalha de que se tinha cingido. Ela fica amarrada, pois significa que lavar os pés não foi um gesto isolado, pontual, mas uma ação permanente do discípulo de Jesus. Se o Mestre que age como Deus faz isto, quanto mais um discípulo! Hoje queremos assumir o compromisso de lutar contra toda forma de autoritarismo e de abuso que se comete na sociedade e na igreja de Jesus. Purificar as nossas comunidades de tanta indiferença e desculpa para não acolher e servir a todos. Compreender que todos, indistintamente, deveríamos ser servidores uns dos outros.
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