sexta-feira, 23 de abril de 2021

Agronegócio - ‘Não dá para esperar a troca de presidente, 2021 ameaça ser uma tragédia nunca vista nesse país diz Graziano.

,,,,,,Graziano observa que as pessoas não têm mais acesso a plantar os próprios alimentos, diante das extensões imensas na escala da produção de milho, soja e outras commodities. “Esse modelo brasileiro de exportação de commodities, sejam elas minerais ou agrícolas, não deixa valor agregado suficiente no país — nem para deixar emprego, nem para deixar uma boa distribuição de renda”, afirma. “Estamos vendo o Brasil empobrecer como nação e concentrando a riqueza nas mãos de poucos, que são os grandes proprietários”. Ele define como espantoso o nível de concentração do agronegócio: “Meia dúzia de empresas responde pela comercialização, pelo processamento e pela distribuição da maior parte dos produtos agropecuários. Uma quantidade cada vez menor de fazendas responde pelo maior volume de exportações”.

Mérito do setor? Não em sua avaliação: ele diz que o mérito do agronegócio é o de conseguir capitalizar o apoio político, com uma bancada majoritária no Congresso, que aprova tudo que é de seu interesse, “mas não de interesse do povo brasileiro”. Segundo o agrônomo, é preciso mudar a política fiscal e alterar a isenção de insumos: “Só temos isenção para os químicos, fertilizantes, agrotóxicos, usados por esse setor”. Graziano defende a restituição do auxílio emergencial em valores adequados às necessidades básicas e pelo tempo que for necessário, a recomposição das políticas sociais de combate à fome e a promoção da segurança alimentar. E mais: a abolição da emenda constitucional do teto de gastos e o engajamento das diferentes esferas de poder como formas de diminuir a desigualdade. “Não dá para esperar trocar o presidente; 2021 ameaça ser uma tragédia nunca vista nesse país se a sociedade civil e o poder público municipal não se organizarem para enfrentar essa situação”.   (IHU)


 

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