"Muitos são levados a sentir apenas necessidades materiais, não a falta de Deus. E nós certamente nos preocupamos com isso, mas quanto realmente nos ocupamos disso? É fácil julgar quem não crê, é cômodo elencar os motivos da secularização, do relativismo e de tantos outros “ismos”, mas no fundo é estéril", afirma o Papa Francisco na homilia da concelebração eucarística com os participantes da Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), nessa quinta-feira, 23, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Segundo o papa, "a Palavra de Deus nos leva a refletir sobre nós mesmos: sentimos afeto e compaixão por quem não teve a alegria de encontrar Jesus ou a perdeu? Estamos tranquilos porque, no fundo, não nos falta nada para viver ou estamos inquietos ao ver tantos irmãos e irmãs distantes da alegria de Jesus?" "Encorajemo-nos, sem nunca ceder ao desânimo e à resignação - anima o Papa - : somos chamados pelo Senhor a uma obra esplêndida, a trabalhar para que a sua casa seja cada vez mais acolhedora, para que cada um possa nela entrar e habitar, para que a Igreja tenha as portas abertas para todos e ninguém tenha a tentação de se concentrar apenas em olhar e mudar as fechaduras. As pequenas coisas requintadas... E nós somos tentados. Não, a mudança vai para outro lado, vem das raízes. A reconstrução vai para outro lado".
O Papa concluiu dizendo:" Muitos na Europa pensam que a fé é algo de já visto, que pertence ao passado. Por quê? Porque não viram Jesus em ação nas suas vidas. E, muitas vezes, não o viram porque nós, com as nossas vidas, não o mostramos o suficiente. Porque Deus se vê nos rostos e nos gestos de homens e mulheres transformados pela sua presença. E se os cristãos, em vez de irradiarem a alegria contagiante do Evangelho, voltam a propor esquemas religiosos desgastados, intelectualistas e moralistas, as pessoas não veem o Bom Pastor. Não reconhecem Aquele que, apaixonado por cada uma das suas ovelhas, a chama pelo nome e a procura para colocá-la sobre os ombros. Não veem Aquele cuja incrível Paixão pregamos, precisamente porque Ele tem uma única paixão: o ser humano. Esse amor divino, misericordioso e avassalador é a novidade perene do Evangelho.
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