Desilusões e decepções fazem parte da vida. Mas nem sempre conseguimos compreendê-las e aceitá-las. Às vezes, nos sentimos como se tivéssemos sido traídos! Elas nos parecem vinganças e punições da vida por termos acreditado demais. Por termos sonhado de forma exagerada. Parece ter sido esta também a experiência dos dois discípulos de Emaús! Os dois haviam alimentado uma enorme e, talvez, irreal expectativa com relação ao futuro de Israel, a partir da ‘passagem’ de Jesus de Nazaré. Os discípulos precisavam se afastar imediatamente de Jerusalém que só lhes fazia recordar morte e frustração. Tornava-se urgente fugir ou regressar aos lugares originais, ‘à realidade crua’ que haviam momentaneamente abandonado. É interessante observar no texto evangélico que na medida em que os dois discípulos se afastam de Jerusalém, mais lucidez adquirem sobre o que lhes aconteceu. Essa nova e progressiva consciência alcança o seu ápice quando começam a reproduzir o mesmo gesto/experiência de partir e partilhar o pão da fraternidade, do serviço gratuito, da misericórdia ampla que haviam visto e aprendido de Jesus de Nazaré. Somente nessa hora os dois discípulos compreendem que também Jerusalém podia se transformar de um lugar de morte e de humilhação, em um lugar de vida nova.
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