Existem pessoas que se vestem de forma muito recatada não somente para chamar a atenção das demais, mas para esconder a nudez que existe dentro delas. Sobre o rico da parábola do evangelho de hoje só se diz que ele comia muito e que vestia bem. Nem o nome dele nós sabemos. Isso significa que pode ser qualquer um de nós! Com certeza o rico faminto achava que comendo muito podia matar a sua fome insaciável de plenitude de vida que não tinha. Há também um mendigo que se chama Lázaro que, em hebraico, significa ‘Deus ajuda’. Ele vivia fora da casa do rico. Aos olhos de todos ele parece um castigado e abandonado por Deus. Sem família, sem bens, ignorado por todos. As suas chagas revelam que é um ‘amaldiçoado’. Os únicos seres misericordiosos que se aproximam de Lázaro são os cachorros, bichos impuros, que lambem suas feridas. Lázaro era um invisível aos olhos do rico que era incapaz de notar sua presença! Chega a morte para os dois. Jesus, agora inverte a situação, e a mentalidade dos fariseus. Aquele que era considerado amaldiçoado pelos homens, Lázaro, na realidade, sempre foi um abençoado por Deus e fica, agora, no seio de Abraão. Não é mais possível, agora, voltar atrás. Há um abismo entre eles dois. O mesmo ‘abismo’ que existia na terra. Somente quando aprendermos a partilhar com quem não tem é que eliminamos as desigualdades e os abismos entre os humanos e nos descobrimos membros da mesma família.
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