Há momentos na vida em que damos fé que perdemos oportunidades únicas. Situações excepcionais que intuímos que não se repetirão. Ou tomamos consciência que por muito tempo fizemos coisas que não nos proporcionavam algum tipo de realização pessoal. Ou que, enfim, descobrimos como numa visão fulgurante, o sentido-vocação da nossa existência. Ou seja, a percepção clara daquilo que desde sempre queríamos para nós. E para os demais. Quando descobrimos isso a vida adquire uma nova configuração. Um novo ritmo. Ela se transforma, repentinamente, numa corrida frenética contra o tempo. Uma procura descontrolada à procura do ‘tempo perdido’.....
O evangelho de Marcos desse domingo parece retratar com lucidez desconcertante essa ‘experiência luminosa’ em Jesus de Nazaré. A sucessão dos acontecimentos e o ritmar dos momentos que marcam o dia de Jesus nos mostram um homem que parece ser ‘afetado de super-ativismo’. Parece não ter sossego. Possui um ritmo de vida-trabalho estonteante. E de uma intensidade surpreendente. Parece quase ter antecipado e incorporado os ritmos da ‘pós-modernidade’! É como se Jesus tivesse realmente compreendido de repente a ‘urgência urgentíssima’ de anunciar e provar que a Realeza de Deus havia finalmente chegado a ele e à humanidade. E que precisava aproveitar o máximo do tempo que ainda lhe restava. Jesus, sabemos, havia adquirido essa consciência somente após a sua experiência mística do seu batismo, no deserto. Um deserto existencial que se preencheu, aos poucos, de esperança, de sonhos, de convicção profunda de que Deus estava a conceder um momento de graça a ele mesmo e a Israel. Na sua descrição quase ofegante Marcos nos diz que num só dia Jesus ‘vai à sinagoga, cura a sogra de Pedro, à tarde, depois do pôr do sol cura numerosos doentes, e expulsa muitos demônios; no dia seguinte, de madrugada bem cedo, ainda no escuro, sai para rezar, mas é encontrado pelos seus discípulos que lhe dizem que todos o procuram, mas ele pede para ir para outra margem do lago, e visitar outras aldeias e pessoas, pois ele tinha vindo também para elas’. Respiremos um pouco. Marcos conclui dizendo que Jesus percorria toda a Galiléia pregando nas sinagogas e expulsando demônios.
Por tudo o que Marcos nos apresenta, podemos ter uma clara idéia não só do ritmo adotado por Jesus, mas também das atividades-prioridades com que ele preenchia o seu tempo, o tempo de Deus. Algumas chamam a atenção:
1. As curas. Jesus cura não para ostentar o seu poder de taumaturgo, mas para que o doente curado ‘se levante e sirva’. O verbo ‘levantar’ é o mesmo utilizado para ‘ressuscitar’. Jesus parece devolver à pessoa ‘doente’ aquela existência que havia perdido ou que nunca havia encontrado. Talvez a mesma existência-descoberta que o próprio Jesus havia procurado anos a fio e encontrando-a somente na sua fase adulta! Ao pôr de pé (ressuscitar) a pessoa abatida, e morta por dentro, Jesus a coloca na situação de servir. Ou seja, de reproduzir, por sua vez, o dom que recebeu: a vida nova definitivamente encontrada!
2. As expulsões de demônios. Jesus com isso desmascara o poder do mal. Das forças maléficas da mente e do coração cativo, aprisionado. De tudo o que ameaça a plenitude da vida, da esperança, da liberdade. Do que se opõe à vinda da Realeza de Deus. Jesus percebe que o anti-reino tem uma força e uma astúcia surpreendentes. E descortina a nova energia que é produzida pela Realeza de Deus . Por isso tem que intervir com autoridade contra ‘os diabólicos que dispersam e dividem’ para que ‘se calem’. E para que deixem ‘falar’ definitivamente a voz da boa nova.
3. Ir à outra margem, às outras aldeias.... Jesus não se entende como um mestre de um grupo fechado. De uma instituição, de uma localidade, de uma comunidade-sinagoga. Uma seita fanática. É o profeta que não se deixa prender, que não se deixa apropriar e manipular. Que sabe recomeçar, sempre. Numa nova terra. Com outra gente. Com novos desafios. Com nov@s discípul@s!
Por tudo o que Marcos nos apresenta, podemos ter uma clara idéia não só do ritmo adotado por Jesus, mas também das atividades-prioridades com que ele preenchia o seu tempo, o tempo de Deus. Algumas chamam a atenção:
1. As curas. Jesus cura não para ostentar o seu poder de taumaturgo, mas para que o doente curado ‘se levante e sirva’. O verbo ‘levantar’ é o mesmo utilizado para ‘ressuscitar’. Jesus parece devolver à pessoa ‘doente’ aquela existência que havia perdido ou que nunca havia encontrado. Talvez a mesma existência-descoberta que o próprio Jesus havia procurado anos a fio e encontrando-a somente na sua fase adulta! Ao pôr de pé (ressuscitar) a pessoa abatida, e morta por dentro, Jesus a coloca na situação de servir. Ou seja, de reproduzir, por sua vez, o dom que recebeu: a vida nova definitivamente encontrada!
2. As expulsões de demônios. Jesus com isso desmascara o poder do mal. Das forças maléficas da mente e do coração cativo, aprisionado. De tudo o que ameaça a plenitude da vida, da esperança, da liberdade. Do que se opõe à vinda da Realeza de Deus. Jesus percebe que o anti-reino tem uma força e uma astúcia surpreendentes. E descortina a nova energia que é produzida pela Realeza de Deus . Por isso tem que intervir com autoridade contra ‘os diabólicos que dispersam e dividem’ para que ‘se calem’. E para que deixem ‘falar’ definitivamente a voz da boa nova.
3. Ir à outra margem, às outras aldeias.... Jesus não se entende como um mestre de um grupo fechado. De uma instituição, de uma localidade, de uma comunidade-sinagoga. Uma seita fanática. É o profeta que não se deixa prender, que não se deixa apropriar e manipular. Que sabe recomeçar, sempre. Numa nova terra. Com outra gente. Com novos desafios. Com nov@s discípul@s!
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