A força tarefa federal deu prazo até esta sexta-feira para que os moradores do distrito de Posto da Mata, em Mato Grosso, desocupem a Terra Indígena Marãiwatsédé. Segundo informação da Fundação Nacional do Índio (Funai), quem não sair terá os bens confiscados pela Justiça e deverá responder pelo crime de desobediência. Posto da Mata concentra os posseiros que resistem à desocupação da Terra Indígena Marãiwatsédé e foi ocupado pelas forças federais na madrugada do último domingo.A localidade é a principal entrada para as terras indígenas e permite acesso a pelo menos 12 das grandes fazendas e posses de tamanho médio de políticos locais. Segundo a Funai, a mudança na estratégia, com prazo curto para desocupação, “foi necessária para permitir o acesso às áreas rurais que ainda precisavam ser desocupadas, além de garantir à população o direito de ir e vir”. De acordo com o governo federal, os bloqueios impediam o acesso da população a serviços essenciais, inclusive atendimento médico. Desde domingo, três famílias pediram e receberam ajuda para sair de Posto da Mata e cerca de 50 esperam sua vez de obter ajuda para a mudança.
As imagens veiculadas pela tevê nesses dias mostram pessoas revoltadas que se sentem injustiçadas pelas decisões da justiça federal que exige após 40 anos de ocupação ilegal sua saída da terra indígena Marãiwatsédé. É um fato que o direito dos índios sobre aquela terra foi finalmente reconhecido. Isso é correto. É um fato, contudo, que foi um absurdo social e legal deixar tantas famílias por tantos anos numa terra que embora não lhe pertencesse legalmente e mesmo sabendo que um dia estariam obrigadas a sair estabeleceram relações afetivas e econômicas com aquela terra. A lentidão da justiça em fazer justiça permitiu o alastramento de conflitos absurdos e mais injustiças de ambas as partes (índios e invasores). Isso não vai ajudar a amenizar os preconceitos e as tensões entre índios e não índios!
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