Cerca de 200 famílias da aldeia Tey’ikue retomaram área da fazenda onde foi assassinado o jovem Kaiowá Denilson Barbosa, em Caarapó (MS). O jovem de 15 anos foi encontrado morto com um tiro na cabeça na manhã de domingo, 17. Segundo os indígenas, a terra onde hoje incide a fazenda, cujo proprietário Orlandino Carneiro Gonçalves cria gado e arrenda para lavouras de soja, faz parte do antigo tekoha Pindoty, tradicionalmente ocupado pelos Kaiowá antes das expulsões, ao longo do século XX. Os indígenas reivindicam a presença permanente da Força Nacional na área para garantir a proteção das famílias. "Hoje [terça, 19] o fazendeiro esteve aqui com a polícia local. Veio tirar os bois", conta uma indígena que prefere não ser identificada. "A Força Nacional tem que vir aqui e ficar para proteger a gente”.Segundo a indígena, a polícia não teria feito perícia no local onde ocorreu o assassinato. "Eles [Polícia Civil] foram só na estrada onde estava o corpo. Eles têm que fazer perícia na fazenda, onde mataram ele [Denilson]", defende.Após o enterro do jovem Kaiowá, na tarde desta segunda-feira, 18, familiares do indígena assassinado começaram a erguer barracos, no sentido de protestar contra o assassinato e retomar o território reivindicado como tradicional. "Estamos dormindo ao ar livre, quase não temos lona, mas não vamos sair daqui", garante a indígena. As áreas do entorno da reserva ocupadas por fazendas foram analisadas nos levantamentos feitos pelo Grupo Técnico de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá, cujo relatório ainda está sob avaliação da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília.(Fonte: IHU)
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