Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, com o Consórcio dos 23 Municípios maranhenses da Estrada de Ferro Carajás, em 28 de maio de 2013.
Onde estavam esses prefeitos do COMEFC alguns meses atrás quando a Vale, de forma sorrateira, vinha ‘impondo’, à sua maneira, a duplicação da ferrovia? Onde estavam eles ao constatar as artimanhas da empresa ‘legitimamente brasileira’ quando vinha descaradamente ludibriando audiências públicas, chamando-as de ‘encontros’, e agredindo as etapas e as condições legais para o processo de licenciamento? Onde estava a ‘bela (musa) adormecida’ do COMEFC quando o trem da Vale vinha atropelando cidadãos, mães e pais de famílias, do seu município? Onde estavam os prefeitos antenados e responsáveis quando o Sr. Ministro de Minas e Energia, o maranhense Edson Lobão, vinha negociando com empresas mineradoras o novo Código Mineral e as porcentagens das Royalties? Causou-nos estranheza que, ontem, na assembléia legislativa, após tantas denúncias, - genéricas na realidade, - de crimes e abusos ambientais’, supostamente cometidos pela Vale, esses administradores, na sua maioria, ainda não criaram os Conselhos Municipais do Meio Ambiente para dar sequência judicial ao que proclamam aos quatro ventos. Não nos consta, até agora, a formalização de algum tipo de denúncia ao MPF ou à justiça federal contra a Vale por parte desses municípios. Muito estranho.
Na audiência pública o que mais chamou a atenção foi a ostentação da velha e arcaica retórica de sempre, própria dos políticos famintos de qualquer tipo de grana, venha de onde vier! O que está, então, por trás desse repentino ‘despertar’ municipal que segundo alguns seria o maior movimento revolucionário dos últimos 50 anos? Evidente que os nossos queridos prefeitos querem uma parcela dos lucros que a Vale vem gerando. Deram fé que ela é uma boa fonte de lucros e uma generosa distribuidora de dividendos para seus acionistas. Querem ser acionistas ‘legais’ da Vale, jogando por fora. Aparentemente, suas reivindicações, uma vez atendidas, ajudariam a melhorar o índice de desenvolvimento humano dos seus munícipes, a melhorar as infra-estruturas, a ter mais educação, e blá, blá, blá.... Em momento algum disseram em que e como iriam gerenciar a eventual grana da Vale. Compreensível: em 4 horas de lero-lero e de auto-promoção não havia tempo suficiente para explicar tudo isso, principalmente se as reais vítimas da Vale teriam assento cativo no destino da grana. Agora, só uma Comissão Especial Mista para dizer aquilo que não disseram ou não quiseram dizer. Viver para ver!
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