Em um duro e longo discurso, considerado o principal de seu pontificado até agora, no encontro com o Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o papa Francisco apelou por uma Igreja "atual" e apresentou um raio X dos problemas da Igreja que, segundo ele, estão impedindo seu crescimento e fazendo proliferar sua "imaturidade". Sem meias-palavras, Francisco alerta: a Igreja está "atrasada" e mantém "estruturas caducas". Para ele, chegou o momento de a Igreja entender que precisa se modernizar e deixar de viver de tradições ou apenas de vender esperanças para o futuro. A ocasião escolhida para apresentar seu "programa de governo" para tentar reconstruir a Igreja foi a reunião que manteve com os cardeais latino-americanos, neste domingo, no Rio. "Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no ‘hoje’", declarou. "O ‘hoje’ é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o ‘hoje’ é uma centelha de eternidade. No ‘hoje’, se joga a vida eterna", insistiu. "O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade", declarou, lembrando que isso "exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade". "O discipulado-missionário é o caminho que Deus quer para a Igreja ‘hoje’”. "A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações", alertou. "É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas", disse. Para ele, essas tentações ameaçam "deter e até fazer fracassar" a ação pastoral. Uma delas seria a "ideologização da mensagem evangélica". A superação dessa crise, segundo o papa, exigirá bispos com novas atitudes. Para ele, são pessoas que devem "guiar", não comandar. "O perfil do bispo deve ser de pastores, próximos das pessoas, homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham ‘psicologia de príncipes’", disse, numa referência aos termos que são usados em Roma para descrever os cardeais. "Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra", insistiu.(Fonte: IHU)
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Francesco aos bispos da América Latina - 'no hoje se joga a vida eterna.Pastores e não príncipes!
Em um duro e longo discurso, considerado o principal de seu pontificado até agora, no encontro com o Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o papa Francisco apelou por uma Igreja "atual" e apresentou um raio X dos problemas da Igreja que, segundo ele, estão impedindo seu crescimento e fazendo proliferar sua "imaturidade". Sem meias-palavras, Francisco alerta: a Igreja está "atrasada" e mantém "estruturas caducas". Para ele, chegou o momento de a Igreja entender que precisa se modernizar e deixar de viver de tradições ou apenas de vender esperanças para o futuro. A ocasião escolhida para apresentar seu "programa de governo" para tentar reconstruir a Igreja foi a reunião que manteve com os cardeais latino-americanos, neste domingo, no Rio. "Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no ‘hoje’", declarou. "O ‘hoje’ é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o ‘hoje’ é uma centelha de eternidade. No ‘hoje’, se joga a vida eterna", insistiu. "O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade", declarou, lembrando que isso "exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade". "O discipulado-missionário é o caminho que Deus quer para a Igreja ‘hoje’”. "A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações", alertou. "É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas", disse. Para ele, essas tentações ameaçam "deter e até fazer fracassar" a ação pastoral. Uma delas seria a "ideologização da mensagem evangélica". A superação dessa crise, segundo o papa, exigirá bispos com novas atitudes. Para ele, são pessoas que devem "guiar", não comandar. "O perfil do bispo deve ser de pastores, próximos das pessoas, homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham ‘psicologia de príncipes’", disse, numa referência aos termos que são usados em Roma para descrever os cardeais. "Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra", insistiu.(Fonte: IHU)
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Um comentário:
Eu sei que a Igreja Católica é conservadora, Sei disso desde o tempo em que comecei por ela e mesmo fora dela a crescer em minha espiritualidade, (lógico que não todos, mas no geral sim), e também sempre entendi, o movimento da igreja é diferente do da sociedade, ainda mais numa sociedade como a nossas, em alguns pontos acho que a igreja tem que ser, Não se pode mudar indiscriminadamente só para acompanhar a sociedade, que em muito se perde ou por pressão. Sempre amei a Igreja Católica assim com gosto e me influencio muito por outras religiões, outras crenças religiosas em sua diversidade, e até os céticos.
Mas eu pessoalmente sempre tive um problema com o vaticano, com o papa, com as posturas de Papa em rumo a sociedade, a forma como ele age com o poder. (Sei que as questões espirituais de uma certa forma não pertence mais aos erros da pessoa, do homem falho, com defeitos e pecados e formado com valores pessoais, assim como dos padres e de todos nós, ela transita espiritualmente em Deus.
Quando se fez eleito o Papa Francisco, muito ouvi dele, de ser conservador e de ter falado coisas que não cabe aos meus conceitos de visão social, mesmo assim gostei dele, deslumbrado com a simplicidade e postura, e com o que me pareceu que ele ia trazer na igreja. Gostei ainda na hora por um crescimento da própria igreja, mas ainda separado, com uma esperança muito mais casual do que com o coração.
Para ter a arrogância de questionar isso, teria que pensar muito no que é conservador se vários dos meus heróis de outra época me parecem muito mais conservado do que o Papa indicou naquele momento. Principalmente quando se tem ao poder, e muito menos voltado as questões sociais, o resto que ele me parecia contra era muito mais regra social, do que pensar numa igreja voltada para o povo, para a pobreza.
Sei que ainda é muito cedo, que ele vai ter que enfrentar muita coisa para o mundo hoje.
Mas quando vejo a visita dele aqui no Brasil, a energia que ele passa, a forma como ele se compõe, se desfaz na sociedade, que age até com um certo deslumbre pela simplicidade dele, (como eu as vezes), as posições dele com valores estáticos na igreja e valores que até antes era imputado a ele como fato, o que acreditava que estava composto no intimo pessoal dele, e que dificilmente ele iria fugir disso, evoluir sobre isso, Como as Questões do homossexual. Mas vai muito mais que isso, em todos os discurso, em todas orações de fé, em toda as entrevistas. Tudo bem formado, (falo formado e não articulado ou atuado), mas tudo como uma prova de amor, de compreensão, e paixão pelo próximo, de paixão pelo mundo, de paixão por Deus. Um homem voltado não só a pobreza, (Que com isso só se faz excelente), mas a toda humanidade, com amor, com orações e com ações, tudo isso de forma espiritual. Tratando toda religião com respeito, todas as crenças e ainda inspirando todas as religiões. Até ateus. Não sei, mesmo adorando a Igreja Católica não acreditava que ia ver essa postura de um Papa, esse movimento. Me faz pensar no descaso e até na zanga que tive contra o Vaticano todo esse tempo. E até me faz pensar com o que é conservador ou revolucionário, se é que o Papa é mesmo conservador, e que provoca mudança. O Que vai nos trazer para uma sociedade mais justa e liberta em Deus.
Rezo por ele assim como rezo por todos nós, e rezo para que o sonho não acabe, não se esvairei, (por uma força social e egoísta maior), Rezo para que tudo se transforme em ações em trabalho, e rezo para que eu possa fazer parte disso.
Em referencia as minhas colocações em outra postagem, Mas que eu seja mais Pão Nosso nos meus calos da mão, na minha mente e em minhas orações.
Um abraço Padre Claudio, de um homem que ainda aprende, para um homem que faz, e pelo que vejo faz bem, faz com amor e devoção.
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