Nesse domingo, o Papa Francisco encontrou-se alegremente com centenas de milhares de fiéis reunidos em nome dos valores da família católica. Nunca foi um momento formal, apenas referências paternas e simples à importância da primeira célula da sociedade organizada e ao amor que deve mantê-la unida. Impossível não voltar com o pensamento ao universo da Rota Romana. Aos barroquismos de algumas sentenças. À abstrusa formalidade de muitas soluções, embora impecavelmente alinhadas com o Direito Canônico. E são muitos os que perguntam se o Mons. Pio Pinto Vito, decano da Rota Romana, encontrará sintonia com o Papa Bergoglio no fim de janeiro de 2014, quando será inaugurado o ano judiciário. Pinto é universalmente conhecido como um bertoniano de ferro. Pinto é considerado seguramente muito preparado e atento, mas também fechado e impenetrável com relação ao mundo exterior, isto é, o mundo real. Muitos escritórios da Cúria, depois da eleição do Papa Francisco, já adotaram um método aberto e coloquial. A Rota Romana continua sendo, ao invés, um microcosmo fechado, severamente autorreferencial, onde os próprios advogados chamados a lidar com as causas confessam que muitas vezes têm dificuldade de abrir um diálogo franco nos escritórios. Um banal pedido telefônico de explicações sobre os números da Rota Romana por parte de um jornalista, digamos, por exemplo, nos escritórios do notariado, obtém apenas uma telegráfica negação irritada e raivosa, até mesmo sem o "bom dia".O que há de mais distante do vento que levou Bergoglio ao pontificado: um papa que, ele sim, usa continuamente o telefone e certamente não o identifica como um instrumentum diaboli. Bergoglio entenderá esse mundo? Ou fará circular também ali o seu novo ar? (Fonte: IHU)
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