segunda-feira, 18 de abril de 2016

Breves e picantes

Nome do deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), responsável pelo voto que selou a votação pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara, neste domingo (17), aparece na lista da Odebrecht que foi apreendida pela Policia Federal na Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato; além dele, outros 280 políticos também aparecem listados nas planilhas apreendidas pelos agentes federais como tendo recebido recursos da empreiteira 

Político citado em todas as listas de corrupção, presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), reforça o apoio na Casa contra seu processo de cassação no Conselho de Ética após a abertura do impeachment de Dilma Rousseff; “O juízo da casa é um juízo político, de conveniência e oportunidade”, afirma o deputado Osmar Serriglio (PMDB-PR), para quem o processo no Conselho “não vai dar em nada, uma vez que o Cunha tem maioria lá”; Paulinho da Força (SDD-SP), um dos maiores defensores de Cunha, foi mais explícito: “ele ganhou força, graças a ele o impeachment passou”; para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a operação abafa para salvar o mandato do presidente da Casa já era prevista

Ao votar pelo impeachment da presidente Dilma, a deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG) dedicou o seu voto ao seu marido, o prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz (PSB); "O meu voto é pra dizer que o Brasil tem jeito, e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com a sua gestão"; o curioso é que o prefeito foi preso preventivamente pela PF nesta segunda-feira (18), em Brasília (DF); segundo as investigações, ele usou meios fraudulentos para favorecer o funcionamento do Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira, que pertence a ele e aos seus familiares, ao mesmo tempo em que tentava inviabilizar a operação de outros hospitais

Em entrevista ao jornal colombiano El Espectador, o escritor Fernando Morais disse que a Câmara aprovou nesse domingo foi um "golpe branco, sem tanques ou prisões, como no Paraguaia e em Honduras"; caso o golpe passe no Senado, Morais não tem dúvidas de que a população brasileira estará diante de um "coquetel explosivo"; "Um governo ilegítimo para permanecer no poder, você terá que implementar a exigência de capital financeiro: recessão econômica e cortes radicais nos programas sociais que levantaram mais 40 milhões de pessoas da pobreza", afirmou

Ex-presidente Lula já iniciou as articulações para tentar barrar no Senado a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff e a ascensão do governo de Michel Temer; avaliação de aliados é que Lula poderia se beneficiar com um eventual afastamento de Dilma e a baixa popularidade de Temer, de maneira a disputar a eleição presidencial de 2018 como o candidato da oposição a um eventual governo do peemedebista; última pesquisa Datafolha mostra Lula em primeiro na corrida, junto com Marina Silva (Rede)


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