Ao apresentar a defesa da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que analisa o pedido de impeachment, na Câmara, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, compara a situação de Dilma à do senador tucano Aécio Neves, um dos principais defensores do golpe, acusado de coordenar um esquema de corrupção em Furnas, e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF por corrupção e dono de contas não declaradas na Suíça; "É de receber dinheiro de Furnas que Dilma é acusada? É de ter contas no exterior?", perguntou; Cardozo lembrou que Cunha teve direito a vários recursos, diferente da presidente, e lembrou que as chamadas 'pedaladas fiscais' já eram prática conhecida em outros governos; "Por que a nossa é de má-fé e a outra é correta?"; "A história não perdoa a violência da democracia. E um próximo governo fruto dessa situação não terá legitimidade. Se consumado, deve ser chamado golpe. Golpe de abril de 2016", finalizou
Embora deva ser derrotado na votação da comissão que trata da admissibilidade do impeachment, o governo tem maioria para evitar, em plenário, a cassação da presidente Dilma Rousseff; hoje, o Palácio do Planalto conta com 216 votos, 45 a mais do que o necessário, e o número pode crescer nos próximos dias, com a articulação que vem sendo conduzida pelo ex-presidente Lula e com o crescimento das manifestações contra o golpe, como a que ocorrerá hoje no Rio de Janeiro, com a presença de diversos artistas e do compositor Chico Buarque de Holanda; segundo o deputado Wadih Damous (PT-RJ), mesmo uma eventual derrota do governo na votação prevista para esta tarde por uma diferença de poucos votos "significaria que a oposição não tem os dois terços para ganhar no plenário"; o também petista Arlindo Chinaglia (SP) disse que a diferença do resultado deve ficar em no máximo cinco votos de um total de 65 membros da comissão, seja a favor de Dilma ou contra a presidente.
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