O evangelho de hoje não trata da questão do divórcio, e sim da importância da igualdade entre os seres humanos: homens e mulheres. Ninguém pode prevalecer sobre os outros, mandando e oprimindo. Principalmente sobre as pessoas mais frágeis, mulheres e crianças. Homens e mulheres são chamados a construir um projeto único, de respeito, e de doação recíproca.
Jesus é tentado pelos escribas, como se fossem eles os diabinhos tentadores. O intuito é pegar Jesus em contradição e condená-lo. A questão é saber se é permitido ou não para um homem repudiar a própria mulher. Pela tradição o homem podia. Jesus, porém, discorda ao declarar ‘que foi Moisés que VOS ordenou.' Jesus, na prática, diz que foi um humano, Moisés, e não Deus a ordenar isso. Jesus discorda da tradição que era considerada como ‘palavra revelada’ por eles! Jesus apela para o Deus da criação, do amor, e não o deus das leis! O Deus da criação 'criou o ser vivo, macho e fêmea os criou', ao mesmo tempo, e com igual dignidade! Por que, então, só o homem poderia rejeitar a sua mulher?
A consequência dessa igualdade entre homem e mulher é que o homem ‘deixará seu pai e sua mãe e será uma coisa só com sua mulher’. Ou seja, os dois devem se tornar um projeto unificado. Como separar o que é um ‘corpo único’? Como tornar um superior ao outro se foram criados juntos e em pé de igualdade? Ao conceder poder de um sobre o outro se mutila aquele corpo, aquele projeto de igualdade! Os discípulos, claramente, não aceitam essa restrição que Jesus faz ao poder dos homens. Mais que isso: não aceitam que Jesus se coloque ao lado da parte mais fraca, a mulher abandonada! Para deixar mais claro quais são suas opções, Jesus faz mais um gesto que confirma o precedente: acolhe e abraça as crianças (os pequeninos). Com isso Ele deixa claro que o Reino de Deus se constrói valorizando e protegendo as pessoas mais vulneráveis e frágeis. Aquelas que são descartadas, e que não são consideradas na sociedade: mulheres e crianças!
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