No início, o governo Bolsonaro não será expressão do poder militar, mas apenas um celerado no poder. Com o caos, haverá razões de sobra para as Forças Armadas entrarem em cena, contendo as loucuras até o limite de substituir Bolsonaro por um governo militar autêntico, tocado pelo candidato a vice-presidente general Mourão. Aí, a loucura ultradireitista será submetida a um modelo racional e inevitavelmente autoritário, expressão autêntica da racionalidade militar. No plano econômico, um bom exemplo é o que ocorreu recentemente. Antes de se verem na perspectiva de poder, o discurso dos generais era uma réplica do neoliberalismo fútil da Globonews. Quando começaram a se debruçar sobre questões reais, caiu a ficha sobre o papel de estatais estratégicas. O próprio Bolsonaro veio a público declarar que jamais abrirá mão da Eletrobras como geradora de energia, e apontou o risco da invasão chinesa no Brasil. Certamente não chegou a tal conclusão amparado em seus próprios conhecimentos.
Não cometerão as barbaridades anunciadas por Bolsonaro. Manterão políticas sociais, mas despregadas de qualquer possibilidade de ativismo social. Por sua própria característica – de não abrir mão do controle sobre todas as variáveis, comportamento típico da disciplina e da estratégia militar – será um governo controlador na economia e, principalmente, na política. O próprio fato do poder civil ter levado o país até o limite do caos, na figura de Bolsonaro, será o fator legitimador do próximo tempo.Aí o país encontrará de novo a paz dos cemitérios. E todos aqueles que se auto-iludiram em um momento crucial para o país, terão o resto de suas existências para fazerem autocrítica
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