Quando uma pessoa descobre a sua real missão-vocação no mundo, tudo muda. Muda radicalmente o seu jeito de ser, e de se relacionar com as pessoas. Vive com intensidade cada momento, como se fosse o último da sua vida. Tudo urge! Tudo existe em função dessa sua nova tomada de consciência. Foi o que manifestou Jesus de Nazaré quando voltou à sua terra natal, em Nazaré, após acolher, no batismo, a missão que Deus lhe havia revelado. O primeiro sinal de mudança: Jesus vai à sinagoga, e subverte, de imediato, a ‘liturgia tradicional’. Ele proclama não a leitura que devia ser lida naquele dia, mas a que ele próprio escolheu. É preciso subverter a ‘liturgia cativa e engessada’ ignorando seus controladores! Segundo sinal de mudança: atribui a si próprio a missão que era específica do ‘messias-ungido de Deus’. Com isso Jesus alerta que a missão de proclamar-realizar o fim da miséria para os pobres, a plenitude da visão aos cegos, e a liberdade aos cativos era missão concreta de todos os que escutam a palavra! E não só de um futuro ‘messias’! É preciso soltar a ‘palavra cativa’, a utilizada para conformar pessoas! Terceiro sinal de mudança: Jesus reinterpreta a palavra à luz da sua nova consciência e missão. Jesus não proclama integralmente o trecho de Isaias da consagração do messias, mas omite, propositalmente, a parte em que o messias realizaria ‘o dia de vingança do nosso Deus’. Jesus não concorda com aquela visão do profeta. Libertar pessoas não significa se vingar ou suprimir os opressores! Anunciar a boa nova aos pobres não significa desejar desgraça aos ricos! É preciso libertar ‘a missão cativa’. Aquela bitolada, cega, acomodada. É preciso ser ‘igreja em saída’ que, corajosamente, rompe correntes e esquemas!
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