Quando uma religião insiste em criar sentimentos de culpa nas pessoas não pode vir de Deus. Quando ela insiste demais em achar que tudo é pecado para assim exigir que o penitente vá até seus sacerdotes, e se ‘purificar’, algo está errado. A religião que age assim deixa de ser o ‘elo’ com o Amor Infinito que é o Pai de todos nós seus filhos e filhas. Torna-se uma porta aberta para oprimir consciências e criar mais escravidão espiritual. Infelizmente, é o que vemos em muitas igrejas e movimentos, inclusive, católicos! O evangelho de hoje quer deixar definitivamente clara qual foi a missão de Jesus, na versão quase poética de João. Este exímio escritor nos deixa muitas pistas para que possamos compreender que ele está bem longe de se deter em apresentar e exaltar um ‘milagre poderoso’ de Jesus: uma mera transformação material de água em vinho. É, mais bem, uma aula de catequese e de alta teologia. Desde logo o evangelista deixa claro que estamos num contexto de ‘festa de casamento’. Coroação do amor e aliança entre um homem e uma mulher! João resgata essa imagem bíblica (Deus o esposo e o povo a esposa) para nos dizer que agora a nova aliança, o verdadeiro casamento, se dá entre Jesus e o seu povo. Cuidado, porém: casamento-aliança alicerçado no amor gratuito, e não na lei e preceitos, como a religião faz. A ‘mãe’ de Jesus o alerta sobre a gravidade da situação dos convidados (povo) a participar da aliança: não têm mais amor-vinho, pois tudo foi tomado pelo ‘templo, suas normas, preceitos e sacerdotes’ que viviam a exigir 'purificação’ do povo. Por isso Jesus faz questão de mandar preencher os antigos e enormes potes de pedra que a religião judaica utilizava para a ‘purificação’ para preenchê-los definitivamente de AMOR. É o vinho, símbolo do amor, e não a água das obrigações cultuais de que precisamos! É deixar de sermos ‘religiosos piegas’ e nos tornar verdadeiros ‘amantes misericordiosos’, como Jesus fez!
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