sábado, 14 de setembro de 2019

XXIV Domingo – ‘Misericórdia eu quero, e não belas liturgias, ou solenes adorações ou devotos retiros espirituais...’ (Lc.15, 1-32)


Para que promover programas sociais para melhorar a vida de pobretões, de velhos, de inválidos e de mendigos que não contribuem para aumentar a renda de uma nação? Para que gastar energias para ‘endireitar malandros e maconheiros’ que não querem trabalhar e nem estudar? Ou perder tempo em visitar e defender bandido atrás da grade, onde deveria ficar para sempre? É preferível investir e apoiar quem, efetivamente, produz riquezas e paz para a nação. É preferível acolher e acompanhar espiritualmente aqueles devotos fregueses que pagam o dízimo direitinho e não criam problemas nem para pastor e nem para padre! 
Esta parece ser a lógica majoritária de muitos cristãos, hoje em dia. Mas não foi, certamente, o modo de proceder de Jesus de Nazaré. Nas parábolas do evangelho de hoje, apresentadas por Lucas, salta aos nossos olhos o modo de agir de Jesus, que era radicalmente diferente da grande maioria das pessoas da sua época. Principalmente das elites religiosas. A preocupação do mestre era para com aqueles que não gozavam de estima e de confiança: os pecadores e os impuros da sociedade. Jesus largava tudo e todos para se dedicar a acolher, a proteger e a dar uma nova chance aos que eram considerados inúteis, ou inimigos da sociedade. Se Jesus estivesse vivendo conosco, hoje, certamente passaria a maior parte do seu tempo a resgatar jovens dependentes de drogas, ou aqueles já iniciados no mundo do crime. Seria capaz de largar as solenes e bem preparadas celebrações eucarísticas, as devotas adorações ao Santíssimo, e os empolgantes retiros espirituais para visitar, consolar e socorrer as centenas de pessoas vítimas de câncer no Hospital Geral, ou no Aldenora Belo, ou as inúmeras vítimas do HIV no Getúlio Vargas. O Deus de Jesus não quer celebração, Ele quer compaixão. Não quer obediência às regras litúrgicas, Ele quer misericórdia e amor infinito. Deus não quer templos, Ele quer corpos respeitados e venerados!

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