A estrela não brilha lá onde existem palácios e templos que perseguem profetas, pobres e peregrinos! Os arrogantes e autossuficientes que se autodenominam povo eleito não conseguem entender um Deus que acolhe pagãos, pastores e estrangeiros. Da mesma forma, hoje, nas nossas igrejas se formam perigosas bolhas de supostos devotos que desconfiam de todos aquelas pessoas que não adotam e rezam suas ortodoxas cartilhas. As cartilhas do moralismo barato e preconceituoso, da devoção superficial desligada de qualquer compromisso com a caridade e a justiça. O Menino-Deus, no entanto, foi revelado ao mundo não pelos frequentadores piegas do templo ou pelos teólogos da corte, e sim por desconhecidos e acolhedores pagãos detestados pelos líderes da religião oficial. A epifania vem para nos dizer, mais uma vez, que não é dobrando joelhos, ou acendendo velas e nem realizando corretas liturgias que testemunhamos a Verdadeira Luz escondida numa criança indefesa, num barraco inseguro, e no colo de uma jovem mãe solteira, mas na capacidade de sairmos de nossas bolhas viciadas, preconceituosas, autorreferenciais, e nos abrir para servir, acolher e proteger as vítimas dos carrascos religiosos que se escondem nos palácios e nas igrejas!
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