A polícia militar de São Luís continua matando. Ela nunca atira para ferir, mas para matar. Ela decide quem merece morrer ou viver. Juízes e algozes são os próprios policiais a partir de um código que parece claro: tem cara ou jeito de ‘malandro’ (eles definem quem tem ou quem não tem jeito), é para matar! É jovem negro com ar desconfiado, mata! Mora nos morros da Vila Embratel, mata, pois ou é do Bonde ou do PCM. Tentou fugir, mata, ele com certeza deve estar devendo! E, afinal, a população até apoia essas ações de limpeza, assim que não precisa ter problemas de consciência. Entretanto, esse comportamento é seletivo. Mesmo dentro desses ‘critérios determinantes’, em alguns casos prevalecem outros, a saber: o potencial que alguns ‘suspeitos’ com passagem pela polícia têm para ‘complementar’ o salário de vários policiais que, naturalmente, se dedicam à nojenta prática da extorsão. Nesses casos esses suspeitos precisam viver para ser sugados, eles e seus familiares, até às últimas consequências.
Nas vésperas de Natal, Filipe dos Santos Piedade, foi morto por um policial na escadaria da segunda Travessa Santo Antônio, na Vila Embratel. Ele morava no Mato Grosso com a mãe e tinha vindo para visitar os irmãos e o pai por ocasião do Natal. Ignorando os hábitos locais Filipe ficou na escadaria frequentada por vários jovens, mexendo tranquilamente no seu celular. Ao chegar uma patrulha da PM os jovens do local fogem, mas Filipe concentrado no seu celular permanece sentado ignorando a gravidade da chegada da polícia. Não deu outra: quando o jovem viu a polícia já em cima dele e os demais jovens que tinham desaparecido se assusta, se levanta e esboça uma fuga, mas imediatamente foi atingido por duas balas. Filipe cai e vem rolando escadaria abaixo. Os policiais se aproximam e começam a chutá-lo, e a gritar ‘levanta seu p....’! Filipe permanece inerme. Ao constatar a sua morte os PMs o jogam no camburão e fogem. No imoral jornal do Itaqui-Bacanga no dia seguinte lê-se que Filipe morreu num confronto com a polícia. Não houve confronto algum, Filipe foi sumariamente executado, nem mais nem menos. Espera-se que a Secretaria de Segurança do Estado não tenha pena nem dó em apurar as responsabilidades, identificar e punir os pistoleiros fardados! E com a população debater medidas de pacificação, sem falar em outras medidas educativas e culturais....
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