A sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) de ontem foi histórica. Não assegurou o mandato de Dilma. Sua sobrevivência política dependerá do que fizer daqui para frente. Mas definiu normas mínimas de respeito às instituições e aos procedimentos. Mas que isso, foi um julgamento primoroso, com a apresentação do relatório do Ministro Luiz Edson Facchin – a favor da votação secreta, da indicação da comissão do impeachment votada pela oposição e do afastamento da presidente assim que a Câmara autorizasse o julgamento. Depois, com os argumentos contrários – e vitoriosos - do Ministro Luiz Roberto Barroso a favor do voto aberto, contra a indicação da comissão pela oposição (sem passar pelo voto dos líderes de bloco) e com afastamento da Presidente só em caso do Senado aceitar o julgamento. Em cada direção, os votos foram apresentados de forma serena, elegante, com argumentos e contra-argumentos devidamente sopesados. As notas destoantes foram os votos de Gilmar Mendes e Dias Toffoli que, em alguns momentos, pareciam os sobrinhos do Pato Donald, um completando a frase do outro, aos gritos, definindo o posicionamento antes de selecionar os argumentos. Viu-se o ridículo de representante do mais anacrônico modelo oligárquico, como Gilmar Mendes, defendendo a democracia direta contra a oligarquia dos partidos. E luminares, como Dias Toffoli, com o tom taxativo e definitivo com que tolos tratam suas próprias opiniões. (Blog do Luis Nassif)
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