A cruz é o palácio real do ‘estranho’ rei Jesus. A coroa real, dourada e cheia de pedras preciosas é substituída por espinhos penetrantes. No madeiro preparado para assassinar bandidos contemplamos um ‘rei’ aparentemente impotente e fragilizado. Um rei acuado e vencido. Mesmo assim o ‘rei’ Jesus continua se preocupando não com a sua salvação, mas com a de um criminoso crucificado à sua direita. Até na cruz o modo de ‘reinar’ de Jesus é inspirado pela misericórdia. O antigo e transgressor Adão, no Gênesis, foi expulso do paraíso. O novo Adão, mesmo que pecador, - mas confiante em Jesus, - é acolhido por Ele. O rei Jesus não age segundo a lógica humana. Ele concede o ‘paraíso’, ou seja, o ‘jardim da vida’ a um criminoso. Não porque ele o mereça, mas simplesmente porque precisa morrer em paz, aliviado, perdoado. Jesus age diferentemente de nós humanos que fazemos uma clara distinção entre os dignos e merecedores, e os indignos e impuros. Aos primeiros concedemos premiação e aos segundos, os impuros, a condenação. Jesus resiste à tentação de agir como os reis desse mundo: prepotentes, arrogantes, dominadores e abusadores dos direitos. Até no momento de maior fragilidade de um ser humano, na agonia, Jesus insiste em dizer aos seus seguidores e ao mundo que o verdadeiro modo de reinar de Deus é a compaixão e não a vingança.
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