O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, reagiu duramente à entrevista de Jair Bolsonaro em que ele atacou a instituição e negou o crescimento do desmatamento na Amazônia. "Esses dados sobre desmatamento da Amazônia, feitos pelo Inpe, começaram já em meados da década de 70 e a partir de 1988 nós temos a maior série histórica de dados de desmatamento de florestas tropicais respeitada mundialmente", afirmou Galvão à TV Vanguarda.
Foi uma resposta a uma fala de Bolsonaro no dia anterior. "A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão", disse Bolsonaro na sexta-feira. "Mandei ver quem está à frente do Inpe. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum", disse ainda o presidente, de forma grosseira e irresponsável.
"Tenho 71 anos, 48 anos de serviço público e ainda em ativa, não pedi minha aposentadoria. Nunca tive nenhum relacionamento com nenhuma ONG, nunca fui pago por fora, nunca recebi nada mais do que além do meu salário com o servidor público", respondeu Galvão, que afirmou que não irá se demitir. Ele ainda criticou o comportamento adolescente de Bolsonaro. "Sou republicano e [acredito] que ele tem várias propostas que vão em benefício do país, mas ele tem tido realmente comportamento que não respeitam a dignidade e liturgia da Presidência", afirmou. "Principalmente quando ele tem essas entrevistas com a imprensa ou mesmo em outras manifestações, ele tem um comportamento como se estivesse em botequim. [...] Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoa. Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da república fazer."
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