Quem já afirmou, peremptoriamente, que os chefes das nações, por sua própria natureza, tiranizam e dominam as populações, jamais poderia aspirar a ser rei! Quem deixou claro para seus seguidores que Ele, o Mestre, estava no meio deles como ‘aquele que serve’, e que todos deviam ser servidores uns dos outros, jamais poderia confabular para obter um título de prestígio ou um cargo real! A igreja continua adotando essa terminologia arcaica e ‘démodé’ talvez para dizer que só Jesus governa com justiça e equidade, ou, quem sabe, como expressão de inconfessáveis aspirações que alguns de seus membros ainda alimentam Mais coerente seria trocar, de uma vez por todas, a solenidade hodierna assumindo o real sentido da prática integral de Jesus de Nazaré ‘Jesus SERVIDOR do universo’, pois um rei jamais serve! Não há como negar que há, hoje, um forte movimento entre as inúmeras e variegadas denominações cristãs que exaltam e admiram aqueles modelos de poder que apontam para a 'força total e bruta'. Uma espécie de compensação pessoal para tentar sair do anonimato e de um certo servilismo social a que muitos estão sendo submetidos. O pastor ameaçador, o padre autoritário, e o líder político que resolve na bala substituem equivocadamente a figura de um pai-padrinho que nunca existiu, ou que nunca o defendeu ou que lhe deu proteção. O Deus-Pai-Servidor soa, de antemão, para muitos cristãos, como uma derrota simbólica, além de uma derrota no seu cotidiano carregado de conflitos, embates, de raivas contidas e de humilhações sem fim. Hoje temos uma oportunidade para contemplar não para um 'rei-fantoche', mas para um homem de fé-cidadão que já 2.000 anos atrás apontava o caminho do serviço radical e gratuito escanteando de vez o princípio de 'uma mão lava a outra'!
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