quarta-feira, 2 de novembro de 2022

02 de novembro - Solenidade dos 'eternos viventes'!

Frequentemente no dia dos ‘finados’ costuma-se evocar imagens e conceitos contraditórios. Já a terminologia ‘finados’ deveria ser abolida, pois indica ‘fim’. A morte biológica de uma pessoa teria colocado um fim na sua existência que, ao contrário, é infinitamente maior que a sua vida física, material. Os que nos deixaram fisicamente não são finados, mas eternamente viventes!

O outro conceito que aparece com bastante intensidade nessa solenidade ou nas celebrações de sétimo dia é o da ‘esperança’ entendido como um vago sentimento  em que, supostamente,  se aguarda o momento fatídico de se reencontrar com a pessoa que nos deixou fisicamente. Ou seja, uma permanente e confiante expectativa de rever e de fazer comunhão futura e eterna com que nos deixou. Mas, perguntemo-nos: como se reencontrar com alguém que, de fato, pela fé interior, ‘nunca morreu’, ou que ‘nunca deixou de caminhar sempre ao nosso lado’ como muitas vezes afirmamos? Soa como um sentimento e como um conceito contraditório, a não ser assumamos a ‘esperança’ não como uma expectativa intimista de rever alguém que se foi há muito tempo, e sim como uma prática e compromisso de proteger e lutar para não deixar morrer quem vive fisicamente. E a lembrança daqueles que se foram fisicamente nos motiva para nos dedicar com mais afinco para defender e proteger vidas constantemente ameaçadas pela violência e truculência, pela fome e o desamor! 

Enfim, o ultimo conceito carregado de contradição para quem crê na força do amor infinito é o da ‘ressurreição’! Não ressuscita quem nunca morreu! Se as pessoas que nós amamos e com as quais convivemos com intensidade de afeto e amizade nunca tiveram sua existência aniquilada pelo ‘fim biológico’, e se graças a isso não precisamos viver numa permanente expectativa de reencontrá-las porque nunca deixaram de nos fazer companhia e caminhar ao nosso lado, não há porque afirmar que elas ‘morreram’! Se é verdadeiro, como afirma o autor bíblico que ‘a vida não é tirada, extinta, mas transformada’ não há porque dizer que temos que crer na ‘feliz ressurreição’ porque, efetivamente, os que se foram fisicamente ‘NUNCA MORRERARM’! 


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