Não cabe dúvida que, para o bem ou para o mal, a presidente teve coragem ao colocar vários vetos ao Código Florestal recentemente votado no Congresso. Chamou para si a responsabilidade de ‘pôr limites’ a setores que tradicionalmente vêem os recursos naturais da mãe terra como bens pessoais e infinitos. É bem verdade que exceto uma ínfima parcela da sociedade, a grande maioria dos cidadãos desse País não possui formação específica e técnica para poder emitir um parecer razoavelmente fundamentado sobre a decisão da governante maior do País. Esse blogueiro, inclusive, se inclui nessa maioria. Mesmo assim, nada impede que se possam fazer algumas reflexões a respeito, mas não sem ter dado uma rápida leitura às ‘justificativas’ aos vetos que apareceram no Diário Oficial. Aparece com bastante clareza que entre o ‘veta tudo Dilma’, e o ‘assina já Dilma’, a presidente quis escolher o caminho do compromisso. Ela não quis abrir nem para gregos, e nem para troianos. Ou, se preferirmos, abriu um pouco para todos os dois. Com a evidente conseqüência de desagradar a todo o mundo. Afinal, a presidente revelou o que também juridicamente parece ser o grande dilema que atormenta a alma desse governo: combinar produção, desenvolvimento e exportação sem, contudo, cair nos braços dos ideólogos frios do agro-business, da monocultura, da mineração, do desmatamento irracional, etc. Haverá quem diga que os vetos são manobras politiqueiras para servir em bandeja de ouro aos participantes do Rio+20 e melhorar, assim, o ibope de um País com fama de ‘gafanhoto’ de florestas. Pode até ser. Mas que a presidente Dilma mostrou que tem personalidade....mostrou, sim!
Nenhum comentário:
Postar um comentário