Foi publicada a primeira entrevista concedida pelo Papa Francesco a uma famosa revista dirigida pelos Jesuítas na Itália, a Civilidade Católica. Nela o papa abre o seu coração, se declara pecador, mas ‘para quem o Senhor olhou com carinho’. Ele afirma em claras letras, por exemplo, que ‘pelo meu modo de decidir rápido, um tanto autoritário, posso ter parecido ultraconservador, mas nunca fui de direita’. Outras afirmações contundentes nos chamam a atenção: ’...a igreja não é uma capela onde se encontram algumas pessoas selecionadas, ou um ninho protetor da nossa mediocridade...Igreja é mãe e pastora....quando vejo padres e irmãs com comportamentos negativos imediatamente penso ‘eis aqui um solteirão ou uma solteirona que não souberam dar vida’! O papa ao definir a igreja se identifica com aquela expressão contida na ‘Lumen Gentium’ (Luz dos Povos), ou seja, ‘igreja povo de Deus que caminha junto’. '....É o conjunto desse povo que crê que é infalível na sua fé, e nem podemos imaginar que o sentir da igreja seja somente o sentir de uma parte, a hierárquica'. E para finalizar, quando lhe perguntaram porque deixou o apartamento papal de forma clara e explícita respondeu: ' Eu sem gente não sei viver'! (Fonte: La Repubblica)
Comentário do blogueiro: Claro está que não podemos compreender uma personalidade como a de Francisco a partir de afirmações soltas, mas fica patente até para o mais laicista dos cristãos de que temos uma pessoa que antes de ser papa é gente, antes de ser teólogo é uma pessoa cheia de bom senso que sabe compreender e acolher a pluralidade das situações humanas e falar ao coração das pessoas. Se a gente não soubesse que é o próprio papa que faz determinadas afirmações poderíamos pensar que é alguém do baixo clero inevitavelmente descartado para assumir qualquer cargo eclesiástico por ser..... liberal demais. Ou, talvez, por ser demasiado humano!
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