Na contramão das intenções do governo, a Igreja nos Estados Unidos condena a possibilidade de um ataque contra a Síria. Os Bispos já haviam se manifestado antes mesmo do apelo do Papa Francisco no último domingo. Dois dias antes, em 30 de agosto, o Presidente da Comissão Episcopal Justiça e Paz, Dom Richard E. Pates, enviou uma carta ao Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, na qual escreve que “a via do diálogo e da negociação entre todos os grupos da sociedade síria, com o apoio da comunidade internacional, é a única opção que pode conduzir para o fim do conflito”. Além de pedir negociações e o imediato cessar-fogo, o Bispo exorta a fornecer assistência humanitária de maneira neutra a todas as partes envolvidas, encorajando a edificar na Síria “uma sociedade inclusiva que proteja os direitos de todos os seus cidadãos, inclusive os cristãos e outras minorias”. E continuam: ’Estamos angustiados – se lê no documento – com o terrível sofrimento do povo sírio e afirmamos novamente a necessidade do diálogo e da negociação a fim de resolver este conflito que produziu tanta devastação. A partir do momento que os nossos líderes nacionais estão avaliando uma ação militar, é particularmente oportuno e urgente que nós, nos Estados Unidos, nos unamos ao apelo do Santo Padre pela oração e o jejum em 7 de setembro por uma pacífica solução do conflito na Síria e pelo fim em todos os lugares de todo conflito violento’.
Na Síria, por trás dos rebeldes os fundamentalistas islâmicos:' Ruim com ele, pior sem ele'?
Embora o presidente Barack Obama e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, estejam consultando suas próprias legislaturas antes de usar a força na Síria, há um eleitorado com muito mais coisas em jogo que eles também podem sondar e que, provavelmente, diriam um sonoro "não": os cristãos da Síria. Esses cristãos podem não ser fãs do regime do presidente Bashar Assad, mas geralmente preferem o regime ao que eles veem como a alternativa provável – o crescente fundamentalismo islâmico e o caos ao estilo do Iraque, em que as minorias religiosas como eles mesmos estariam entre as primeiras vítimas. "Nós ouvimos muito dos EUA sobre democracia e liberdade no Iraque, e agora vemos os resultados – como o país ficou destruído", disse o bispo católico caldeu Antoine Audo, de Aleppo, em uma recente entrevista. "Os primeiros a perder foram os cristãos do Iraque. Devemos dizer que nós não queremos que o que os EUA fizeram no Iraque se repita na Síria". Essa posição tem o forte apoio do Vaticano, que lançou uma pressão diplomática plena. Infelizmente, o regime sírio tem sido muito hábil em utilizar um certo número de eclesiásticos, homens e mulheres, para se propagandear no Ocidente como o único e último baluarte em defesa dos cristãos perseguidos pelo terrorismo islâmico....
(Fonte IHU)
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