Sobre as recentes canonizações de papas, assim se manifestou o pastor valdense italiano Luca Baratto:’ Só Jesus Cristo é o único caminho para Deus; os santos, por mais exemplares que sejam, não podem usurpar esse papel que, na compreensão evangélica, é exclusivamente de Cristo. É na cotidianidade que a santidade se realiza. O problema não é a exemplaridade. Segundo nós, também existem figuras de crentes exemplares. Elas existem no catolicismo, assim como existem no protestantismo. Penso, por exemplo, no teólogo luterano alemão Dietrich Bonhoeffer, que morreu em um campo de prisioneiros nazista; ou em Martin Luther King Jr. e no seu compromisso pelos direitos civis dos afro-americanos. Porém, nenhum deles jamais se tornou santo! Digo mais: nenhum protestante jamais sonharia em rezar a Deus através de Bonhoeffer ou de Luther King. Dito isso, devo ainda fazer um esclarecimento. Embora como evangélicos não canonizemos santos, as palavras santidade e santificação fazem parte do nosso vocabulário de fé. A Reforma Protestante não as apagou; deu-lhes um significado mais aderente ao ensinamento da Bíblia. Para um protestante, de fato, a santidade não se refere tanto à grandeza espiritual de um crente, mas é uma vocação voltada a todo cristão. De fato, santos são todos aqueles que pertencem a Deus e que, na sua vida, são chamados a fazer a Sua vontade: cada um na condição em que se encontre, na cotidianidade da vida, na prática do trabalho, estando presente na sociedade. É na cotidianidade – e, portanto, até mesmo em uma vida não chamativa, mas fiel e consciente – que a santidade se realiza; no modo em que estamos no mundo e sabemos testemunhar a vida nova que nos foi dada por Cristo.Ser santo, para um protestante, é ser consciente desse chamado e respondê-lo. (Fonte: IHU)
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