Muitas pessoas só ao ouvir falar na palavra política torcem o nariz e, às vezes, se irritam. A política institucional, de fato, aquela que se dá nos palácios, nas assembléias e câmaras parece ser uma fábrica de corrupção e de escândalos. Muitas pessoas decepcionadas com a atuação dos políticos que elas ajudaram a se eleger não querem nem saber de conversar sobre isso e até de votar. Em parte faz sentido. Hoje, o nível de rejeição popular dos próprios políticos profissionais é muito grande no nosso País. O cidadão comum não acredita mais que um deputado ou vereador ao se eleger atue de forma coerente e séria. A desconfiança na política institucional é muito grande. Em que pese tudo isso não podemos deixar de participar e fiscalizar, pois é isso que os políticos não querem. Nós, hoje, não queremos falar sobre a política com ‘p’ minúsculo, - embora ela precise ser transformada radicalmente - e nem falaremos sobre os políticos que sabemos como agem, na maioria das vezes. Queremos descobrir, isso sim, qual era no início da formação do povo de Deus o projeto político que Deus tinha para o seu povo. Queremos ver se ele continua válido para nós, hoje. Queremos debater a ‘Política’ com ‘P’ maiúsculo, a que tem a ver com valores éticos e direitos.
Leitura de I Samuel 8, 1-20 –
Interagindo com a palavra: 1. O texto descreve o início da monarquia (poder de um só) em Israel, o regime em que o rei governa quase sozinho sem se importar com o seu povo. Você acha que hoje a realidade mudou muito nessa dimensão? Em que? 2. Em sua opinião, o que significa para nós, hoje, ter ‘Deus como rei’? 3. Conhece algum exemplo de pessoas ou grupos que se interessam pelas melhorias sociais e econômicas das pessoas sem exigir nada em troca?
Refletindo – No início da história de Israel, o País era formado por várias tribos e clãs, ou seja, grandes famílias. Muitas eram nômades e viviam sempre à procura de novos territórios. Quem administrava eram os anciãos. Vez por outra, a segunda das circunstâncias, essas tribos se uniam entre si. Faziam alianças não somente para casar suas filhas e filhos, mas também para se defender de outras tribos invasoras mais poderosas e numerosas. Elas não conheciam e nem queriam um sistema político em que um só cidadão escolhido entre todos fosse o único governante.
As tribos tinham grandes conselhos. Só diante da ameaça de um ataque escolhiam o cidadão que mostrasse habilidade na arte da guerra, mas só nessa circunstância. Na bíblia essas pessoas são chamadas de juízes. Fora isso, cada tribo se organizava como melhor lhe convinha. Quase todas elas tinham a consciência de que se tivessem coerência e fidelidade ao Deus libertador, e obedecendo aos seus mandamentos, nunca iriam ser derrotadas, e jamais se dispersariam. Deus era para elas o seu único rei. Para elas colocar um homem para ser rei significaria se igualar a Deus, e reconhecer que Deus não tinha mais poder de protegê-las. No texto bíblico fica claro que a corrupção, a ambição, os desmandos e a necessidade de defender o 'gado' (isso mesmo!) das principais famílias já estavam entrando na vida das grandes famílias e a solução encontrada foi a...monarquia, forma absolutista de governar..
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