Continuar a ampliar a presença de automóveis no globo é um ato de enorme imprudência. Já passou da hora de recolocarmos as pessoas e o convívio humano como foco central do planejamento urbano e recuperar a qualidade de vida que o número excessivo de carros tirou de nós. Estilo de vida, sentimentos e status social estão ligados a ter ou não um automóvel. Confunde-se, não raro, a qualidade do objeto com seu proprietário. Reformam-se cidades para servir a esses pequenos tiranos, perdendo em tranquilidade, ar puro e convívio humano. O apego aos carros tornou-se tão intenso que, mesmo estando o planeta mergulhado numa grave crise ambiental, em grande parte causada pelo seu uso, ainda há muita resistência em abrir mão desse conforto. Pelo contrário, ele continua sendo o sonho de consumo de muitos. Como resolver esse quadro?
No plano individual, pegar num volante traz uma agradável sensação de liberdade. Ter um automóvel à disposição dá mais autonomia no ir-e-vir e agilidade para compromissos, encontros, trabalho, diversão etc. No entanto, isola seu condutor de um contato mais estreito com as ruas que percorre e as pessoas pelas quais passa, e, não raro, leva-o a mergulhar numa pressa sem propósito. Pressa que se traduz em competição, na qual se dão fechadas, disputam-se centímetros de espaço e se acelera em ultrapassagens sem razão, só para ficar parado num semáforo metros adiante.No plano coletivo, essa situação multiplicada por milhões de veículos pelas ruas ou estradas causa um stress constante, não só para as pessoas, mas também para os locais cortados por rodovias ou grandes avenidas. E afeta ainda quem mora em torno das áreas de muito tráfego ou viaja nos ônibus – que também participam dessa disputa e cooperam para congestionamentos que em muitas localidades não estão mais restritos aos horários de pico. Afeta, sobretudo, o clima na Terra. É, portanto, um cenário que pede mudanças urgentes.(Fonte: IHU)
Comentário do blogueiro - Se depender dos presidenciáveis a saúde da economia é medida também pela compra-venda de carros. Sinal de economia sadia é poder afirmar que os cidadãos estão a comprar sempre mais carros e sempre mais sofisticados, mesmo que isso signifique colapso urbano, estresse e poluição incontrolável. Algo que ninguém consegue equacionar até o momento, a não ser se curvar às necessidades desse exército de 'motoristas' individualistas...(haja vista que um carro serve uma pessoa somente, na maioria das vezes!!!) Na nossa São Luis, os carros crescem 'pari passu' com a inademplência, a sede de possuir o ídolo e a idiotice de achar que agora sim, está plenamente emancipado em sua cidadania....
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