- Todos nós sabemos que o nosso país é o que mais gasta nas campanhas políticas. Os salários dos deputados, senadores e governadores são escandalosos. Todos nós cansamos de ouvir notícias que dão conta de escândalos de corrupção e desvio de dinheiro público envolvendo os profissionais de política e seus protegidos. Muitos de nós somos tentados em desistir de denunciar e lutar, e em não querer mais reagir diante de tamanha desgraça. Até as mobilizações de rua às vezes conseguem alguns poucos efeitos positivos imediatos, mas assim que passam, tudo volta como antes.- Os bispos do Brasil em sua reflexão sobre as eleições nos dizem que apesar de toda a desconfiança na ‘política’ há ainda espaço para a esperança. Eles nos convidam a não apostar somente nas eleições, mas a acompanhar tudo o que tem a ver com os nossos direitos no nosso dia a dia. Os direitos, por exemplo, à saúde: para o fim das filas nas marcações de consultas, remédios a preços populares, assistência domiciliar, ambulâncias, etc.; os direitos à educação: para um ensino público de qualidade, direito às aulas para todos os alunos, prédios escolares decentes, etc.; os direitos ao transporte: para ter mais ônibus nas ruas, ter faixas preferenciais para eles, preços populares, segurança nos ônibus, etc. e assim por diante. Sem falar na segurança, no emprego com salário digno e assim por diante. Tudo isso faz parte da nossa dimensão política com ‘P’ maiúsculo, ou seja, da nossa tentativa de construir o ‘Reinado de Deus’, de exercer a verdadeira caridade, pois é isso que Ele quer para os seus filhos e filhas.
Leitura de Ezequiel 34,1-11 –
Interagindo com a palavra – Quais foram as causas da dispersão das ‘ovelhas’ de Israel na opinião do profeta Ezequiel? Você acha que continuam válidas essas causas? Por que? Que solução concreta você aponta para evitar a manipulação, a exploração e a dispersão das ovelhas aos nossos dias na nossa região?Já participou de alguma mobilização de rua para reivindicar melhorias? O que achou?
Refletindo –
- O profeta Ezequiel foi deportado levado desde jovem, juntamente com seus pais e outras famílias para uma terra estrangeira. Ao chegar nessa terra estranha Ezequiel começa a se perguntar por quê as famílias mais influentes de Israel foram obrigadas a sair. Começa a investigar junto aos mais velhos e descobre as verdadeiras razões da sua deportação. Descobre que não foi vontade e nem punição divina, mas que a situação de desgraça do seu povo foi causada unicamente pela ambição, pela degradação moral, pelo esbanjamento, pela truculência e pela falta de cuidado dos ‘pastores’ de Israel. Ou seja, dos governantes da época. As brigas e as disputas entre eles para tirar proveito em tudo enfraqueceram a nação, e não deu outra: outro povo mais organizado e forte invadiu, dominou e dispersou um povo já todo dividido e desgarrado. Hoje muitas pessoas acham que se uma pessoa não possui o necessário para viver, ou não está vivendo como Deus quer é porque ele não presta, porque não tem iniciativa. Poucos percebem que isso ocorre porque há ‘falsos pastores-governantes e empresários’ que ‘consideram os pobres como lixo, e sobras inúteis’, como o próprio papa Francisco denuncia.
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