O papa Francisco aproveitou a celebração de sua segunda missa no Equador no parque do Bicentenário – construído sobre o antigo aeroporto de Quito – para unir o velho grito de independência com o da evangelização, que, “com a mesma urgência” a Igreja precisa empreender. Segundo Jorge Mario Bergoglio, os cristãos não podem se fazer de “distraídos” em meio a “um mundo dilacerado pelas guerras e a violência”. Diante de mais de um milhão de pessoas, o papa clamou: “Evangelizar é nossa revolução. Nossa fé sempre é revolucionária. Esse é o nosso mais profundo e constante grito”.
Em palavras que muitos esperavam durante os três dias da visita do pontífice a um país que faz fronteira com a Floresta Amazônica, Francisco disse aos membros da Pontifícia Universidade Católica do Equador que "uma coisa é clara": "Não podemos continuar virando as costas para a nossa realidade, para os nossos irmãos, para a nossa Mãe Terra. Não nos é lícito ignorar o que está acontecendo ao nosso redor, como se determinadas situações não existissem ou não tivessem nada a ver com a nossa realidade"."Cada vez mais, segue com força esta pergunta de Deus a Caim: 'Onde está o teu irmão?'", disse. "Eu pergunto se a nossa resposta continuará sendo: 'Acaso sou o guardião do meu irmão?'" Com essa forte referência à história do Antigo Testamento que relata o assassinato, por parte de Caim, do seu irmão Abel, Francisco parecia estar dizendo com força, nessa terça-feira, que a humanidade está destruindo a Terra, mas não está assumindo a responsabilidade pela destruição.
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