Muitas vezes nos perguntamos se as escolhas de vida que fizemos são aquelas certas. As que realmente desejávamos do profundo do nosso ser. Sabemos que na hora das grandes decisões, muitas vezes, somos condicionados pela formação que recebemos no passado, pelas circunstâncias, pelas pressões e pelas necessidades do presente. Ninguém tem a plena certeza que é Deus que nos chama para exercer esta ou aquela missão-vocação de vida. Temos, contudo, alguns critérios para poder verificar se, afinal, estamos percorrendo o caminho almejado. Quando sentimos, por exemplo, dentro de nós um profundo sentimento de alegria e de serenidade quando as pessoas nos dizem que ‘nascemos para fazer o que estamos fazendo, porque temos jeito’, quando vemos que as pessoas se alegram ao nos ver e conviver conosco, talvez estejamos no lugar certo. O Batismo de Jesus representa o coroamento de um caminho de busca, e o início de uma nova e inédita etapa da sua vida. Jesus como todos os humanos vinha refletindo sobre o que Deus queria dele. Qual o seu papel e a sua missão como cidadão da Galileia, como filho, como membro de uma comunidade. Nessa procura que vinha se arrastando há quase 30 anos ele sentiu angústia, inquietação, desnorteamento, como todos nós quando ainda não conseguimos respostas claras e definitivas sobre o nosso papel no mundo. Jesus também deve ter se perguntado muitas vezes se era isso mesmo que ele e Deus queriam. No Jordão, a contato coma pregação e o testemunho de João Batista, ele sentiu com uma clareza jamais experimentada antes o que Deus queria que ele fosse daí em diante. Mais do que isso: Jesus se sentiu chamado, ungido e enviado como ‘filho amado do Pai’, ou seja, com mandato do Pai para ‘representá-Lo’ em tudo o que faria. A sua compaixão e amor para com os pobres, a sua indignação diante das manipulações de sacerdotes hipócritas e violentos governantes, a sua liberdade profunda em se aproximar dos doentes, dos pecadores, das mulheres excluídas, confirmam que aquele chamado à beira do Jordão não foi uma ilusão!
Um comentário:
Caro Claudio,
Como vai?
Obrigado pela tua reflexão, lucida e que me ajuda a ver cada vez mais a pessoa de Jesus em sintonia com as angustias da pessoa humana.
Também acena que devemos sair da mentalidade espiritualizada da missão de Jesus.
Eu acredito que Ele foi descobrindo aos poucos a sua missão, vivendo e assumindo o projeto de Deus, que Ele proclamar na Sinagoga de Nazaré.
Muita força para você e coragem na tua missão com os indígenas.
Abraço
Sávio
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