Em 30 de setembro de 2011, as 48 famílias camponesas da comunidade Carro Quebrado, município de Miranda do Norte – Ma, relataram que nos dia 26.09.2011 e 27.09.2011, 6 (seis) homens ingressaram na área de plantio da comunidade Carro Quebrado, para executar um trabalho de roço, acompanhados por 4 homens armados com pistolas, sendo que estes davam cobertura aos invasores, a mando do latifundiário Raimundo Carneiro. No dia 28.09.2011, as famílias de Carro Quebrado impediram que os invasores continuassem a realizar qualquer tipo de trabalho na área de posse das famílias. Os camponeses exigiram a presença do fazendeiro Raimundo Carneiro na localidade, contudo, compareceu o gerente de uma das fazendas do mandante, por nome de Abraão, que afirmou às famílias que era advogado, e que iria negociar com as famílias, sendo que estas não aceitaram. Por volta de 15h30min h. do mesmo dia, o latifundiário Raimundo Carneiro chegou à comunidade, acompanhado por 8 homens fortemente armados com armas do tipo Pistola ponto 40, Pistola 765, todas automáticas. O latifundiário Raimundo Carneiro ameaçou as 48 famílias, afirmando que expulsaria as famílias, alegando que necessitava da terra, visto que os camponeses não pagavam renda ao latifundiário. O latifundiário Raimundo Carneiro afirmou que poderia ceder uma pequena parcela da terra para as famílias. Afirmou ainda que se as famílias não aceitassem a pequena parcela de terra, "quem iria resolver o problema era o gerente Abraão e o que ele fizesse estava feito." Nesse momento um jagunço falou que no dia seguinte os invasores dariam continuidade no trabalho de roço e que "para resolver o problema, bastava matar uns quatro que tudo seria resolvido." Ao se retirarem do local, o latifundiário Raimundo e seu bando armado avisaram que o prazo do acordo findaria em 04.10.2011(terça-feira próxima) e nesse mesmo dia, o latifundiário Raimundo afirmou que todos deverão ter saído da sua terra. No retorno ao município de Miranda do Norte, anunciaram no Comercial São João, nas imediações do povoado, que com a morte de alguns, tudo seria resolvido, segundo o gerente Abraão. As famílias estão apreensivas, temendo por atos de violências contra a sua integridade. O morador mais antigo da localidade tem mais de 80 anos, e o povoado tem registro de aproximadamente 120 anos. Fazem apelo para que a Ouvidoria Agrária Nacional requeira, urgentemente, reforço policial na área em questão, oficiando-se aos órgão de segurança, em especial, ao Comando Militar Agrário e à Delegacia de Crimes Agrários,visto que o território de Carro Quebrado poderá ser invadido na próxima terça-feira. (Fonte: CPT/MA)
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