Há empresas que roubam para o império para o qual trabalham. A Goldman Sachs é uma delas. O banco de negócios norte-americano encheu seus cofres com um botim de 600 milhões de euros (800 milhões de dólares) quando ajudou a Grécia a maquiar suas contas a fim de que este país preenchesse os requisitos para ingressar na zona do euro, a moeda única europeia. Dois dos protagonistas desta mega fraude falaram pela primeira vez sobre as transações encobertas mediante as quais Atenas escondeu o tamanho de sua dívida. Trata-se de Christoforos Sardelis, chefe do escritório de gestão da dívida grega entre 1999 e 2004, e de Spyros Papanicolaou, o homem que o substituiu-o até 2012. O resultado da operação foi uma gigantesca fraude que fez do suposto salvador, no caso o Goldman Sachs, o operador da derrocada da Grécia e de boa parte da Europa. Em junho de 2000, para ocultar o peso gigantesco da dívida grega que era de 103% de seu PIB e obter assim a qualificação da Grécia para entrar no euro, Goldman Sachs bolou um plano : transportou a dívida grega de uma moeda a outra. Segundo explicou aos jornalistras o chefe do escritório de gestão da dívida grega entre 1999 e 2004, Christoforos Sardelis, neste momento a arquitetura da proposta do Goldman Sachs escapou de suas mãos. Em matéria de grandes fraudes organizados por bancos de investimento a impunidade é a regra. Ninguém foi nem será condenado. O Goldman Sachs obteve apetitosos lucros nesta operação truculenta. No entanto, o banco de negócios norte-americano afirma em sua defesa que não fez nada de ilegal, que tudo o que foi realizado respeitava ao pé da letra as diretrizes do Eurostat, o organismo europeu de estatísticas. O Eurostat, por sua vez, alega que só tomou conhecimento em 2010 dos níveis de endividamento grego. A defesa parece pobre porque as primeiras denúncias sobre a maquiagem das contas gregas e o papel desempenhado pelo Goldman Sachs datam de 2003. No meio a esta grande mentira, há um personagem que hoje é central: trata-se de Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu. Draghi é um homem do Goldman Sachs. Entre 2002 e 2005 foi vice-presidente do Goldman Sachs para a Europa e, por conseguinte, estava a par da falsificação de dados sobre as finanças públicas da Grécia. Foi o seu próprio banco que estruturou a falsificação. (Fonte: IHU)
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