Tratores desfazem construções, cercas e estradas. Após uma intensa campanha internacional, tudo o que foi erguido ilegalmente por madeireiros e fazendeiros está sendo removido das terras pertencentes aos índios da etnia Awá-Guajá, no interior do Maranhão. As tropas da Força Nacional acompanham as ações de despejo que devem ser cumpridas até o dia 9 de março. Na última segunda-feira 24, expirou o prazo de 40 dias dado pela Justiça Federal para que os invasores da reserva homologada em 2005 deixassem o local de forma voluntária. O território dos Awá fica entre os municípios de Centro Novo Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca, no noroeste do estado. Apesar de o direito dos 400 índios da etnia a essas terras ser reconhecido desde 1961, eles sofrem ameaças. O principal motivo é a construção da Estrada de Ferro Carajás, que abriu caminho para a chegada de madeireiros ilegais e outros invasores na década de 1980. A operação realizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) encontra a resistência de trabalhadores rurais, mas não houve confrontos violentos. O dono de uma propriedade destruiu uma ponte que dava acesso ao terreno e uma moradora que tentou agredir servidores públicos foi detida. De acordo com o Incra, 224 das 427 famílias que viviam no território dos Awá serão assentadas em terras da reforma agrária nos municípios de Parnarama e Coroatá e terão acesso ao Programa Minha Casa Minha Vida Rural. “Entidades alegam que a fiscalização feita pela base de proteção etnoambiental não é suficiente para conter as invasões. Outra preocupação é com o reflorestamento das reservas. Com um terço da área foi devastada pelos posseiros, o território dos índios Awá terá de passar por um processo de recuperação ambiental. "Serão levantados os impactos e definidas ações prioritárias de reflorestamento e recuperação de nascentes. O trabalho começa em abril", prevê Travassos. Imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, entre 2000 e 2009, a invasão de posseiros provocou o desmatamento de 30% da área florestal, o equivalente a 36 mil hectares. (Fonte: Carta Capital)
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