quinta-feira, 13 de março de 2014

Piquiá: curtas e...picantes!

Luz X trevas em Açailândia - De pouco adiantou o convite dos bispos do Maranhão para trilhar os caminhos luminosos da paz e da justiça. Em Açailândia tem gente percorrendo ainda os caminhos tortuosos da ‘justiça com as próprias mãos’ e da vingança pura e simples. Tem gente que se acha juiz e algoz. Mesmo sem investigar direito se faz de mandante e de executor de crimes bárbaros. Gente, se alguém errou e fez besteiras que pague a sua pena, mas nunca tirar a sua vida. Ao se vingar, a pessoa se iguala àqueles assassinos que ela tanto condena!Vergonha!

Centro de Detenção I - Em Açailândia o Centro de Detenção mais se parece a uma masmorra da idade média. Até a penitenciária de Pedrinhas em comparação a ele se parece um hotel de 5 estrelas! Os 120 presos que acolá vivem enjaulados devem se comprimir para ocupar um espaço que deveria comportar só 70 vagas. Calor, mau cheiro, falta de higiene e de ventilação se agravam a cada dia pela falta de água constante. A água que abastece o Centro chega através de canos sem torneiras e é racionada.  È a direção do Centro que decide quando chega a hora de rodar a torneira. Em geral, são três vezes ao dia, mas cuidado: é para aproveitar para banhar, lavar, dar descarga e beber. Fora isso o detento tem que tapar o nariz.

Centro de Detenção II – No mesmo Centro de detenção, - mas certamente não de recuperação, - existe também uma cela para os ‘revoltados internos’. Ela tem um nome muito místico: cela de reflexão! Aí não há janelas, nem luz. Os escolhidos são trancafiados naquele ‘lugar de meditação’ e passam até 3 semanas de isolamento, de onde saem certamente mais revoltados e desejosos para que ‘alguém pague’! Eu proponho que os detentos aqui e no Maranhão sejam tratados como ‘animais de estimação’ ou comuns. Talvez assim comecem a gozar de algum direito! 

Estado do Maranhão não é péssimo pagador, ele não paga mesmo! - No Maranhão dos grandes projetos e da monocultura não há mais espaço para os pequenos agricultores familiares. Nem para seus filhos. Esta é a triste conclusão a que cheguei ao saber que ao longo do 2013 nenhum professor da nossa Casa Familiar Rural recebeu o seu salário. O governo do Maranhão utilizou a sua esperteza costumeira para encontrar algum pretexto e não pagar. Mesmo assim os professores da CFR mantiveram o seu compromisso de ir até o fim. Tiro o chapéu para eles, e dá para entender porque nesse ano não aceitam mais ensinar. Não vamos nos abalar minha gente. Estão contados os dias de quem andou brincando com esse povo!

Carajás: 30 anos de que, afinal? - Para quem andou brincando com o ambiente, com as expectativas e o futuro das comunidades do Corredor do Carajás, como a VALE, está chegando a prova do fogo. Os senhores do minério e seus sócios já começaram a tremer ao saber que o Seminário ‘Carajás 30 anos’ realizado em Imperatriz desmascarou tudo aquilo que eles vinham escondendo. Estudos e pesquisas preliminares em vista de mais seminários que se realizarão nos próximos meses em Marabá, Santa Inês, Belém e São Luis indicam que o lastro de destruição que o Carajás deixou no Estado é infinitamente maior que os frutos que semeou. Já têm juízes e procuradores de olho vivo, pois já entenderam que o estrago feito é grande. Tudo tem limite, também na hora de....’crescer’!

Piquiá: a hora do resgate final – O juiz de Açailândia condenou finalmente a Gusa Nordeste a indenizar 21 famílias de Piquiá pela poluição que andou despejando ao longo desses anos sobre suas casas e em seus pulmões. Um belo precedente que deverá ser imitado por outros juízes e por outras vítimas da irresponsabilidade ambiental. Que as vizinhas da Gusa se cuidem. Mais chumbo vai vir por aí.... mas justo,sem poluição! (Fonte: Coluna do Bocudo -Nossa Voz)



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