Mesmo com uma determinação judicial de instalar Postos de Vigilância na TI Alto Turiaçu, Maranhão, o povo Ka’apor continua vendo o descaso dos órgãos responsáveis pela proteção Territorial e Ambiental dos territórios indígenas. Há dois anos o povo Ka’apor decidiu proteger sua floresta visando a permanência de gerações futuras no território, como afirmam: “Jande ruhã ha ka’a rehe” (Nossa floresta é nosso plano de vida). Continuam realizando monitoramento territorial e ambiental com a autoidentificação dos marcos demarcatórios/limites, limpeza dos limites, autovigilância com retirada de invasores, posseiros que mantinham roças dentro da área e retirada de madeireiros. Com a criação do terceiro Ka’a sak ha, áreas de proteção ambiental, dão continuidade a defesa de seu território, da floresta. Neste ultimo dia 03 de março de 2014, cerca de 100 ka’apor (homens, jovens, mulheres e crianças), desarmaram pessoas e fecharam o maior e mais movimentado ramal de entrada de madeireiros em seu território, conhecido como “80”, município de Maranhãozinho. Conseguiram fazer de forma organizada, com a presença de indígenas de todas as aldeias Ka’apor, o que o IBAMA, o Exército e a Funai não conseguiram fazer em duas operações no ano de 2013. Com a organização interna, as famílias estão conseguindo proteger e circular livremente pelos limites em busca de alimento (caça, peixe, frutos e outros alimentos da época das intensas chuvas). Tais ações são demonstrações da inoperância do Estado em garantir a defesa e proteção dos territórios indígenas no Brasil, de que devem realizar consultas prévias aos Povos Indígenas em qualquer ação de governo e maturidade dos povos indígenas no exercício de sua autonomia. (Fonte: Justiça Ambiental)
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