A assessora especial do governador Flávio Dino, Simone Limeira, pediu demissão durante uma reunião hoje (21) à noite no Palácio dos Leões. A assessora de Flávio Dino foi acusada pelo líder indígena Uirauchene Alves Soares de receber propina (duas parcelas de R$ 4 mil em sua conta pessoal) para liberar pagamento do transporte escolar dos índios.Em nota, Simone Limeira diz que “se trata de armação para atingir a mim e o governo”. Ela também nega que tenha recebido propina.Sobre os depósitos na sua conta, a assessora falou que o primeiro foi uma “colaboração” de Uirauchene para o carnaval de Grajaú, onde ela pretende ser prefeita nas próximas eleições. Já o segundo depósito, ela disse que só ficou sabendo “pelos blogs”.
Comentário do blogueiro - Parece ser a típica história do 'feitiço contra feiticeiro'. O governo dias atrás insinuou que os seus críticos são movidos por rancor por terem supostamente perdido mensalinhos e benesses que tinham no governo anterior. Se deu mal. E está se dando mal, agora, com uma sua funcionária de destaque. As acusações e supostas provas de propina chegam de um personagem altamente suspeito. É preciso verificar, checar e investigar para não fazer pre-julgamentos e cometer injustiças que podem ferir gravemente a honra da pessoa. Isso vale para todos. Vale principalmente para o governo do Estado!
2 comentários:
E alguma liderança indígena brasileira teria recursos a mais - e prioridades a menos - a ponto de depositar "uma colaboração" de 4 mil para o carnaval? Conversa estranha. Uma conversa meio esdrúxula; no mínimo, estranha. É preciso que as prioridades da educação indígena transcendam as questões de "transporte escolar" e, de uma vez por todas, contemplem as questões inerentes à educação em si. Quando que as disputas pela execução dos serviços de transporte vão deixar de ser o assunto principal e a saúde e educação efetivas, a segurança alimentar e sanitária, os direitos constitucionais e a proteção ambiental e territorial entrarão em foco?
Quando que as discussões sobre a saúde vão transcender as disputas pelos cargos e indicações e irão contemplar efetivamente a promoção da saúde das etnias, o combate às situações insalubres e às epidemias, as ações concretas para elevação de IDH, de qualidade de vida, de proteção socioambiental, as garantias de condições dignas de trabalho para os profissionais, de qualificação e de condições condignas de atuação, as garantias de fornecimento de medicamentos e insumos, as condições estruturais, materiais e estratégicas para a atenção à saúde e um atendimento eficaz, quando as discussões da saúde irão contemplar as questões da saúde em si?
E, já pedindo desculpas por esse desabafo (que de modo algum pode ser generalizado, mas é detonado por questões de conhecimento público, tão notórias e - infelizmente - recorrentes que se tornou natural pensar que discutir sobre saúde ou educação é tratar dessas questões paralelas, desses interesses, "tomando partido" ou não, há anos as pessoas discutindo tais questões como se tratassem efetivamente de "saúde" ou de "educação"), deixo pela última vez aqui essa indagação: até quando a problemática do "transporte" continuará ocupando o lugar da discussão real sobre as questões inadiáveis e pendentes da educação?
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