quarta-feira, 3 de abril de 2019

Terceira estação: Jesus é julgado pelo poder político sem ter direito a defesa, e sem provas

Cenário - Uma cadeira elegante e sentado o ‘Pilatos’ de hoje, com a faixa de presidente do Brasil, tendo ao seu lado um pistoleiro miliciano com chapéu, óculos escuros, e um cara elegante, com charuto, maleta, como sendo um empresário ou fazendeiro. Um pouco mais afastados e sentados em 3 cadeiras, 3 personagens vestidos com togas de juízes, tendo em suas mãos uma bíblia, e atrás deles uma placa com a inscrição ‘TRIBUNAL DE JUSTIÇA’.

Jesus é arrastado até o ‘Grande julgador’. Ele começa a interrogar Jesus:’Diga-me, Galileu, qual é o crime de você está sendo acusado?’ 

- E Jesus responde:’Pergunte para os meus delatores e acusadores. Foram eles que em troca de dinheiro e outros benefícios me delataram.’ 

- Um dos policiais dá um tapa a Jesus e diz:’Respeita as autoridades. Não é assim que se responde a um homem da lei. Você deve aceitar tudo com respeito e obediência e sem provocações. Entendeu? 

- Jesus encara o policial e diz:’Por que você me bate, o que eu te fiz de mal? Não desrespeitei ninguém na minha vida. Sempre falei a verdade aos quatro cantos da terra. Nunca me escondi, nunca fugi. Eu assumo o que digo e o que faço. E quanto a você, porque você conhece só a lei da violência? Você acha que pode humilhar e prender as pessoas só porque você tem uma farda e uma arma?’

Nesse momento, o julgador assume a palavra e fala:’Alguém aqui pode dizer para mim porque, afinal, trouxeram esse homem? Pois eu não vejo crime nenhum nele’

O homem elegante com a maleta se aproxima do Grande julgador e diz:’Excelência, o nosso oficial de justiça o mandou prender por vários crimes, mas pergunte para o povo aqui presente, e poderá constatar a gravidade de seu comportamento.’

Então, uma pessoa começa a gritar no meio da multidão ‘Eu ouvi ele dizer que o Reino de Deus pertence aos pobres. E que serão eles a governar. Desse modo, esse falso profeta se coloca contra o senhor que tem plena autoridade sobre nós, e contra todos aqueles que nos governam em nome de Deus. Deve ser punido severamente! 

Uma outra pessoa do meio da multidão grita:’Ele criou muita confusão entre nós. Criticou os nossos governantes afirmando que eles não governam direito. Que só favorecem os ricos, que não têm políticas públicas favoráveis aos trabalhadores dessa nação. Disse ainda que o governo não garante educação de qualidade para todos, e nem hospitais decentes. Que há muita escravidão entre nós e que os patrões não pagam salários justos para os trabalhadores

Uma outra pessoa levanta e grita: ‘Tem mais uma coisa grave que ele disse. Ele disse que o judiciário está do lado dos ricos e de quem paga melhor e que somente os negros, os pobres e as prostitutas são presos nessa nação. Ele, enfim, acusou os chefes das nações, pessoas como o senhor, de serem todos tiranos e dominadores. Ele deixou a entender que ele quer ser rei. Inclusive muitos dos seus discípulos aqui espalhados o chamam de ‘messias, enviado, ungido’. 

O julgador um pouco preocupado toma a palavra, olha para Jesus e fala:’Você, então, tem as suas ambições...Você quer ser rei? Quer a minha faixa, hein? Quer ocupar o meu lugar? 

Jesus enfim responde para ele: ‘É você que pensa isso, mas eu nunca quis ocupar o lugar de ninguém, menos ainda o seu. O meu modo de governar é muito diferente do seu. O meu objetivo é servir e ajudar as pessoas. Os meus soldados não andam armados ameaçando pais de família. Eles são servidores dos pobres, protetores de órfãos e viúvas, assistentes de doentes e idosos. É assim que meu Pai quer que eu administre o seu Reino’. 

O julgador então se levanta e olhando as pessoa diz:'Olhem pessoal, não consigo encontrar nenhum crime nele. E não me consta que algum conselheiro meu, nem ministro me tenha relatado algo que desabone esse Galileu. Até hoje ninguém me informou que ele andou atentando à minha vida ou atacando meu governo. Eu mal o conheço. Acho melhor que ele seja interrogado pelos membros do vosso Tribunal de Justiça, pelos seus chefes religiosos. Levem ele para lá’ 

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