Vivemos tempos duros, carregados de tensão, insegurança e medo. Respiramos cotidianamente os efeitos de uma violência que aumenta a cada dia. Ao mesmo tempo parece também crescer a vontade de punir os supostos causadores da violência. Muitos esquecem que os maiores responsáveis são aqueles que, do alto de seus cargos, planejam a nossa insegurança econômica, e ameaçam os empregos de milhões de brasileiros. Agridem direitos e detonam o futuro de milhões de jovens. Negando políticas públicas que visem ao reerguimento dessa nação. Cegados pela sede de vingança investe-se com toda a força não contra os verdadeiros responsáveis, mas contra o infrator mais próximo de nós. Ou contra aquela pessoa mais frágil que parece ameaçar a nossa felicidade. Punir, e punir sempre mais se torna a palavra de ordem de um número sempre maior de cidadãos, de juízes e de amantes de armas importadas. Jesus vivenciava um clima parecido com os radicais fariseus hipócritas, e com os escribas julgadores das leis. O trecho evangélico de hoje retrata, contudo, qual deveria ser a atitude de um seguidor de Jesus quando se defronta com uma pessoa considerada infratora das leis. Como é o caso da jovem adolescente, ainda noiva, flagrada em adultério. Sabemos que era uma jovem noiva pela pena decretada: o apedrejamento, que era reservado às mulheres noivas, mas ainda não casadas. A atitude misericordiosa de Jesus produziu um ‘escândalo’ tamanho, inclusive nas comunidades cristãs, que essa narração evangélica entrou a fazer parte da liturgia somente depois do ano 950. O motivo? Os ‘homens de bem’ achavam que Jesus com a sua atitude compreensiva e misericordiosa estaria dando uma permissão indireta para suas as esposas praticarem a infidelidade. Eles achavam que só o castigo, e a punição severa ao infiel, ao pecador, iria preservar a família. Esqueciam-se que todos cometem erros na vida. A começar daqueles que se consideram estar acima do bem e do mal, como foi o caso dos mais velhos da narração de hoje:os anciãos líderes do povo. Os que viviam atirando pedras nos outros, exigindo punição exemplar, acabaram entendendo que não eram melhores do que aquela pessoa que queriam apedrejar.
Um comentário:
So Jesus é misericordioso. ��������
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