sábado, 25 de maio de 2019

VI Domingo – No templo, Deus vive preso! Ele se liberta no coração de quem ama! (Jo. 14, 23-29)


Em nada adianta manifestar amor a Jesus simplesmente lendo, decorando ou ouvindo a Sua Palavra. Ou tecendo belas considerações sobre as narrações bíblicas. Ou fazendo solenes entronizações da bíblia sagrada, com as narinas encharcadas de perfume do incenso.! Acolher a palavra de Jesus significa, concretamente, amar aqueles que não são amados por ninguém. Para Jesus, não existe separação entre amar e ‘guardar’ a sua palavra. A palavra de Jesus não existe separada da Sua ação de amar como o Pai o amava. Jesus garante que ELE e o PAI fazem morada, colocam a sua tenda, naquelas pessoas que praticam o amor de verdade. Não mais o templo, mas o coração amoroso das pessoas compassivas. O Deus da devoção, domesticado pela elite religiosa sacerdotal se encontra no templo. É um Deus que cobra obediência cega às suas leis, proibições e normas. Mas o PAI encontra-se naqueles que amam e servem. Que amam como Jesus amou. Deus, no deserto, caminhava com o seu povo, numa tenda. Não tinha um santuário como morada. Era um Deus nômade, sempre a caminho. Um Deus caminheiro apoiando e protegendo o seu povo na busca de uma terra sem males. Com a conquista da terra prometida o povo se acomodou, e prendeu Deus num santuário, achando que Ele estava lá para ser adorado e reverenciado. Jesus nos convida a tirar o Deus do templo, e libertá-Lo, para que seja um PAI que continue a caminhar entre as vítimas do desamor e do ódio. Jesus quer que adoremos o PAI não nos templos refrigerados, mas em Espírito e Verdade.. Que tenhamos a convicção profunda de que a ‘tenda-morada do PAI’ está definitivamente fincada no coração daqueles filhos e filhas que, por amor, libertam inúmeros irmãos, ainda vítimas do ódio e da intolerância.  

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