.38 é o clube de tiro, em Santa Catarina, na cidade de São José, na Grande Florianópolis, frequentado pelos filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo. O local é um dos “sets” do teatro de Eduardo Bolsonaro, que faz questão que os seus treinos sejam filmados para que depois sejam postados nas redes sociais. O Clube e Escola de Tiro .38 possui uma clientela permanente de frequentadores. É o caso dos associados, que pagam entre 99 e 189 reais de mensalidade para o treino de bang-bang. 99 reais, por exemplo é o preço de um pacote de 15 tiros de revólver ou pistola, com a duração máxima de uma hora. Mas há pacotes mais sofisticados, e muito caros, para os associados. Até policiais da Swat, vez por outra, ministram cursos, que custam, em um fim de semana, cerca de 6 mil reais. Carlos e Eduardo Bolsonaro já fizeram esse curso. Mas o clube também admite clientes não associados, para treinos avulsos. E um desses clientes avulsos foi exatamente Adélio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Bolsonaro, no episódio que o pastor fascista Silas Malafaia chamou de “facada santa”.
Mas há uma extrema coincidência em relação à presença de Adélio Bispo de Oliveira no mesmo clube de tiro frequentado pelos Bolsonaros. A presença de Adélio no clube já era uma coincidência conhecida. Quem pensaria que o agressor e os filhos da vítima frequentassem o mesmo clube? Porém, a coincidência é bem maior do que poderíamos imaginar. Isso porque Adélio Bispo e Carlos Bolsonaro frequentaram o clube no mesmo período. Teria sido um encontro marcado? Quem sabe? Não sei…
Sabe-se hoje que Carlos Bolsonaro esteve no clube nos dias 7, 8 e 9 de julho, sábado, domingo e segunda-feira. E sabe-se, também, que quem esteve no mesmo local, nessas mesmas datas, foi Adélio Bispo. As informações estão contidas em um perfil do Twitter chamado Mohammed Al-Khwarizmi, que reproduziu conteúdos do Instagram. Adélio chegou ao clube de tiro e realizou todos os procedimentos de um não associado, cadastrando-se, confirmando seus dados pessoais e apresentando um documento de identidade com foto. Tudo no mesmo período em que Carlos Bolsonaro frequentou o clube.
Em 20 de agosto, pouco mais de duas semanas antes do atentado, Adélio partiu para Juiz de Fora e, no dia 6 de setembro, aconteceria a então “facada santa”, como a classificou o fascista Silas Malafaia. Aliás, foi estranho, no meio de milhares de fascistas, Adélio ter saído incólume, sem ter levado sequer um peteleco da turma do “tiro, porrada e bomba”. Bolsonaro, então, cresceria nas pesquisas.
Santa facada. Santa coincidência…
(Pedro Paulo Vital - Historiador)
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