Se se somar trabalhadores desocupados, mais os que estão fora do mercado, há 166% pessoas a mais do que os trabalhadores ocupados. No total, essa relação é de 82% no Brasil.
Hoje em dia, a crise fiscal – que se aprofunda – é função direta da queda da atividade econômica. E Guedes não tem a menor noção sobre políticas anticíclicas. Menos ainda sobre o ferramental que tem à sua mão, bancos públicos, gastos públicos, destravamento de concessões.Ele está totalmente travado. Não conseguiu desenvolver uma política setorial sequer. Foi incapaz de definir estratégias de redução da inadimplência, melhorar a situação do crédito, acelerar os processos de concessão. Todo seu trabalho consiste em cumprir ao pé da letra as restrições fiscais, cujo buraco aumenta em função direta da queda de receita – fruto da recessão. Cria-se o moto contínuo do desastre. Efetua cortes brutais no orçamento, a demanda cai mais ainda, derrubando mais ainda as projeções de crescimento do PIB. A reação são mais cortes, mais desaquecimento, mais queda da receita. E joga todas as expectativas na tal reforma da Previdência que, mesmo saindo, não resolverá a questão crônica da falta de demanda. O país se aproxima rapidamente de uma situação de impasse, com desfechos radicais no front político.
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