É impossível saber o que falta para que vidas sejam salvas do presidente Jair Bolsonaro, mas como aponta o jornalista Jânio de Freitas, não é preciso imaginar a combinação entre políticos e a chamada “elite” para ver quem ou o que concede a liberdade de ação em troca de ganhos e vantagens. “A conduta da Presidência e de seus auxiliares na Saúde, na balbúrdia da vacina, basta para justificar o processo de interdição ou de impeachment, sem precisar dos anteriores crimes de responsabilidade e outros cometidos por Bolsonaro e pelo relapso general Eduardo Pazuello”, afirma Freitas, em sua coluna no jornal Folha de São Paulo. “Nem se sabe mais o número de requerimentos para processo de impeachment apresentados à Câmara. Sobre eles, Rodrigo Maia, presidente da casa, lançou uma sentença sucinta: “Não há agora exame de impeachment nem vai haver depois””.
Para Freitas, a recusa em se analisar os pedidos se configura como abuso de poder: “é dever do presidente da Câmara o exame de tais requerimentos, daí resultando o envio justificado para arquivamento ou para discussão em comissões técnicas. Rodrigo Maia jamais explicou sua atitude. Daí se deduz que não lhe convém fazê-lo, com duas hipóteses preliminares: repele a possível entrega da Presidência ao vice Mourão ou considera a iniciativa inconveniente a eventual candidatura sua a presidente em 2022”. Segundo o jornalista, as camadas sociais que permanecem tranquilas com o que está acontecendo no país são aquelas que podem manipular os ânimos, e que tem mais noção do que se passa – sem que isso atenue sua visão pelas camadas inferiores. “Diante de todos os desastres que o corroem, o Brasil parece morto”.
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