Os bispos do Brasil estão reunidos em Aparecida (SP) por ocasião da sua 50ª Assembleia Geral. A queda do número de católicos no Brasil foi tema de uma das numerosas reuniões. Não é novidade. Parece estar na pauta de todo encontro episcopal. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que nos últimos 20 anos, a porcentagem do número de católicos caiu de 83,24% da população brasileira para 67,84%. O estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) realizou entrevistas com 200 mil famílias antes do Censo. Números na mão: os evangélicos hoje representam 21,93% da população, enquanto 6,72% declaram não ter religião e 4,62% afirmam praticar religiões alternativas. As estatísticas apontam ainda que apenas 5% dos 130 milhões de fiéis católicos vão à missa, recebem os sacramentos e participam da comunidade. O que parece não entrar na pauta dos senhores bispos é uma honesta avaliação com relativa autocrítica da metodologia pastoral, da sua missão hoje, do papel do padre e dos leigos na vida eclesial, etc. Uma boa fatia do episcopado brasileiro vem apostando em padres-artistas, em canais de tevê que transmitem uma religiosidade alienada e não facilitando uma nova prática ministerial. Acusava-se até recentemente que as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) com a sua politização têm sido as principais causadoras do afastamento de inúmeros católicos da igreja, mas foi provado que católico de CEBs não abre nem para o trem! Investe-se também na imitação papagaia dos evangélicos para roubar ‘fregueses’, mas a sangria de católicos continua. Será que alguém na assembléia tem coragem de dizer que está na hora de iniciarmos transformações profundas na estrutura e na identidade da igreja que permitam que se dialogue, enfim, com o mundo-sociedade? Que não adianta, por exemplo, ordenar padre que não tenha preparação humana e teológica à altura só para manter uma estrutura de igreja que continua clerical? Gostaria de ouvir algo assim em Aparecida, e iniciar algo novo.....Hoje em dia até o papa não se preocupa com 'os números de católicos', e sim com o testemunho e o legado que a igreja católica quer transmitir/construir no e com o mundo!
2 comentários:
Bravo!Bravíssimo!Gosto da sua vissão limpa e clara.
Parabéns Pe. Claudio! Essa verdade nossa igreja precisa encarar. E viva nós oriundos das CEB's! Para que quantidade se não se tem qualidade!
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